Se a indústria automobilística brasileira tem algo a comemorar neste início de 2022, com certeza se trata da atividade exportadora. Enquando produção e mercado interno encolheram, respectivamente, 24% e 22% no primeiro bimestre, os embarques de veículos trouxeram algum alívio aos fabricantes.

Ainda que considerada uma base fraca, a comparação com igual período do ano passado indica crescimento das exportações de 17%, para 69,2 mil unidades. É o melhor número para o bimestre desde 2019, quando então 70,8 mil automóveis, comerciais leves , caminhões e ônibus passaram pelos portos rumo a outros países.

O desempenho de fevereiro surpreendeu favoravelmente. Os embarques no mês atingiram 41,4 mil unidades — 39,8 mil veículos leves — muito perto do volume registrado em dezembro(41,6 mil) ,o melhor mês de 2021, e bem acima da média mensal dos últimos três anos, de cerca de 31,5 mil unidades.  Um ano antes, o setor exportara 33,1 mil veículos, ou seja, o crescimento na comparação anual foi da ordem de 25%.

O  faturamento com as exportações também ficou bem acima da média dos últimos três anos. Foram arrecadados US$ 731,9 milhões no mês passado, contra US$ 602 milhões em fereveiro de 2021 e US$ 555 milhões em janeiro. No primeiro bimestre, o Brasil faturou quase  US$ 1,3 bilhão com os embarques, 22% a mais do que nos dois primeiros meses do anmo passado.

Luiz Carlos  Moraes, presidente da Anfavea, considera que o bom desempenho de fevereiro pode refletir alguns embarques represados de janeiro, ainda também por conta da falta de componentes e insumos, mas considera que o momento indica uma melhora para as exportações brasileiras, caso o cenário internacional não se modifique drasticamente.

“Há pedidos em carteira. O problema não é a demanda, mas a oferta”, afirma o dirigente, que prefere esperar mais algumas semanas para avaliar com mais assertividade os impactos que a guerra da Ucrania, iniciada no fim de fevereiro, poderá ter sobre a produção e o comercial internacional de veículos, mesmo na América do Sul,  região que absorve a enorme maioria dos veículos brasileiros.

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Foto:  Divulgação

George Guimarães
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