Com queda de 17% no acumulado dos primeiros cinco meses do ano, dificilmente será concretizada a projeção da Anfavea de crescimento de 8,5% nas vendas internas de 2022. Mas o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, diz que, ao menos por enquanto, a entidade não vai rever tal meta, apostando que a partir do desempenho positivo de maio o setor vai seguir crescendo ao longo dos próximos meses.

A projeção para o mercado interno, segundo ele, ainda poderá ser atingida se a média diária de vendas subir para 10 mil veículos no segundo semestre. Seria uma expansão gradativa, chegando em torno de 11 mil em dezembro. Em maio, essa média ficou em 8,5 mil, a maior do ano, porém abaixo da registrada no mesmo mês do ano passado (9 mil). Nos primeiros quatro meses do ano esse volume foi de, respectivamente, 6 mil, 6,6 mil, 7 mil e 7,8 mil.

“Nosso maior problema este ano não é a demanda, mas sim a produção, afetada pela falta de componentes. Como está havendo um arrefecimento da crise de abastecimento, acreditamos em uma oferta maior a partir de agora. E ainda há demanda reprimida em alguns segmentos, como o de locação e outros frotistas”, comenta Leite.

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Com relação ao consumidor comum, ele admite que houve uma mudança no perfil de compra. “Os 30% de taxa de juro ao ano e as maiores exigências dos bancos na hora de conceder crédito está afastando o cliente que precisa parcelar a compra. Em contrapartida, tem a demanda daqueles que vão trocar o veículo e quitar o resto a vista”, explica.

As vendas internas tiveram crescimento de 27% no comparativo de maio com abril, passando de 147,2 mil para 187,1 mil unidades. O volume é bem próximo ao de maio de 2021, mas ainda inferior em 0,9%, mantendo, assim, desempenho negativo no comparativo interanual que persiste desde janeiro. No acumulado do ano, o mercado absorveu 740 mil veículos, incluindo leves e pesados, 17% a menos do que os 891 mil emplacados entre janeiro e maio de 2021.


Foto: Divulgação/Anfavea

Alzira Rodrigues
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