Apesar do tom otimista que os palestrantes tentaram imprimir na abertura da 30º edição do Congresso & ExpoFenabrave nesta quarta-feira, 21, ficou claro no discurso do presidente da entidade que representa a distirbuição de veículos, José Maurício Andreta Jr., que os últimos três anos não foram muito  favoráveis ao setor.

“Muitos concessionários ficaram pelo caminho”, admitiu o empresário, informando que mais de 500 concessionárias mudaram de mãos, ou seja, teriam quebrado ao longo da pandemia não fosse o interesse de aquisição por parte de algum outro grupo do setor. Ele, inclusive, reconheceu que o processo “deve continuar”, ou seja, a depuração na área de distribuição ainda não acabou.

Hoje são 7 mil concessionárias no País, concentradas em cerca de 1,3 mil grupos. Elas representam tanto veículos leves e pesados, como também máquinas agrícolas, implementos rodoviários e motocicletas.

Andreta Jr. aproveitou a presença do ministro da Economia, Paulo Guedes, para elogiar a redução do IPI dos automóveis, mas admitiu que o mercado interno encerrará este ano com volume igual ou no máximo 5% superior ao de 2021. Isso considerando máquinas agrícolas e motos, que estão com desempenho favorável.

Paulo Guedes, inclusive, chegou a falar do crescimento das vendas de veículos como um dos pontos positivos deste ano. Ocorre, no entanto, que o segmento mais volumoso do setor – o de automóveis e comerciais leves – segue com queda no acumulado do ano e só melhorou de desempenho nos últimos dois meses graças às vendas diretas, aquelas que contemplam os grandes frotistas. O varejo não reage por causa dos juros altos e restrições ao crédito.

Ao contrário do que é tradicional nos eventos anuais da Fenabrave, não havia na mesa da seção de abertura um representante da Anfavea. A indústria foi representada apenas pelo presidente do Sindipeças, Cláudio Sahad, que voltou a defender o etanol e os demais biocombustíveis brasileiros como o melhor caminho rumo à descarbonização.

Duas inovações marcaram o Congresso&Expo Fenabrave deste ano, que acontece no São Paulo Expo, na capital paulista. A primeira foi a concentração de todo o programa em seis superworkshops que acontecem em auditório único. Antes havia umas série de reuniões em paralelo para reuniur públicos ou segmentos específico. A segundo foi limitar a participação da imprensa à cobertura da abertura do evento, com proibição de acesso aos demais debates.

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Alzira Rodrigues
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