No contexto atual da indústria automotiva mundial, que encontra-se em um dos momentos mais importantes de transformação tecnológica e tem a descarbonização por palavra de ordem, a AEA, Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, aproveitou evento de fim de ano com a impresa para ressaltar as vantagens competitivas da  matriz enegética brasileira e, em especial, dos biocombustíveis aqui existentes.
Além de lançar a segunda edição do  whitepaper  “Roadmap Tecnológico Automotivo Brasileiro”, elaborado pela diretoria de Tendências Tecnológicas, a entidade apresentou a cartilha “Do poço à roda – Veículos leves”, desenvolvida pela diretoria de Emissões Veículos Leves e que visa mostrar os benefícios da utilização do etanol para o meio ambiente.
Na ocasião, o presidente da AEA, Bezaliel Botelho, defendeu a necessidade de o Brasil adotar uma política de incentivos para que o consumidor opte pelo etanol na hora de abastecer o seu tanque. “É preciso oferecer vantagens econômicas para o consumidor”, enfatizou o executivo, lembrando que uma alternativas seria a concessão de crédito de carbono, conforme programa já em vigênciam no país para setores que investem no uso do biogás, por exemplo.
Vale lembrar que na maioria dos Estados é mais vantajoso atualmente abastecer com gasolina do que com etanol, o que não faz o menor sentido quando a descarbonização é tema central dos debates de diferentes setores no mundo todo e o Brasil tem o privilegio de ter esse combustível alternativo em ambundância, sem predudicar outras culturas e o agronegócio como um todo.
O cálculo de emissão de CO2 contemplado na cartilha “Do poço à roda” leva em consideração a matriz energética brasileira, ou seja, o fato de 80% de nossas energias serem renováveis (hidráulica, biomassa, eólica e solar), conforme mostrou a diretora de Emissão Veículos Leves, Raquel Mizoe. “No documento, que está disponivel no site  www.aea.org.br, mostramos o passo a passo para calcular as emissões do veículo baseado em dados públicos, de forma que toda a sociedade possa entender e calcular o seu impacto ambiental”, informou.
O conceito “Do poço à roda”, que leva em conta a emissão do CO2 da produção, da distribuição e do uso em si do veículo, tem sido amplamente discutido no setor automotivo brasileiro e será implementado na fase 2 do Rota 2030 para veículos leves. Por conta de programas como o InovarAuto e o Rota 2020, a emissão de CO2 por veículos leve baixou de 160 gramas por quilômetro rodado em 2005 para 113 gramas atualmente. A meta é chegar a 80 grams em 2030 e a apenas 32 gramas em 2050.
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Sobre a segunda edição do Roadmap Tecnológico Automotivo Brasileiro, Everton Lopes, diretor de Tendências Tecnológicas da AEA, lembra que estudo mostra não apenas a evolução tecnológica regional, como também diagnostica a produção e a comercialização de veículos leves, levando-se em consideração os capítulos de matrizes energéticas disponíveis no País, emissões, eficiência energética, conectividade e segurança veicular. A atualização de emissão de pesados ficou para 2023.
“Esse documento histórico faz parte da longa trajetória de 38 anos da entidade à frente da condução das principais discussões técnicas do setor automotivo brasileiro. Uma contribuição inestimável”, comenta Lopes. “A revolução atual na mobilidade é motivada pelas grandes tendências globais, que consideram fatores como sustentabilidade, economia de baixo carbono e segurança energética, mas também com soluções locais. As condições regionais como disponibilidade energética, soluções para mobilidade com baixa emissão de carbono e condições econômicas e sociais são fatores relevantes para determinação da velocidade da implementação de novas tendências”.

Foto: Divulgação/AEA

Alzira Rodrigues
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