A Anef, Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras, fechou balanço do ano passado com registro de R$ 193,3 bilhões de recursos liberados para financiamentos de veículos. O valor representou um pequeno recuo 0,7% em relação a 2021, o que expressa estabilidade na aprovação do crédito.

Pelo relatório, apresentado na quinta-feira, 9, o ambiente de negócios do ano passado se mostrou atípico no que diz respeito à preferência de pagamento do cliente. Enquanto as vendas financiadas representaram 32% dos negócios, a opção à vista alcançou pico de participação de 64%, com 12,1 milhões de veículos, 14% a mais que o apurado em 2021.

“O resultado surpreendeu o mercado como um todo, se analisarmos o contexto macroeconômico do ano de 2022, com guerra no leste europeu, falta de semicondutores, expectativas em relação à economia e às eleições presidenciais”, destaca em nota Paulo Noman, presidente da Anef.

Segundo análise da Anef, o ano também foi impactado de maneira acentuada pela alta nos valores dos veículos, pelos aumentos dos juros e da inadimplência.

Em contraste com as vendas à vista, os financiamentos representavam 46% dos negócios dos bancos das montadoras em 2021, ocasião em que o mercado absorveu 13,3 milhões de veículos. Já o consórcio manteve a participação de 4%

No segmento de veículos comerciais, os financiamentos foram os mais utilizados para aquisição do bem, respondendo por 37% dos 533,6 mil caminhões e ônibus negociados. O volume, no entanto, foi 8% menor em relação à 2021. Finame e vendas à vista cresceram 4%, enquanto o consórcio 1%.

A Anef destaca o bom desempenho no segmento de motocicletas novas, com aumento de 17% nas vendas, para 1,3 milhão de unidades. O CDC e o leasing representaram 34% das 4,4 milhões de motos licenciadas, entre novas a usadas. Os consórcios, que responderam por 30% do total, registraram queda de 2% e os pagamentos à vista anotaram alta de 5%.

A soma total do saldo das carteiras de veículos CDC e leasing foi de R$ 374,1 bilhões, um aumento de 11,8% em um ano. O CDC teve crescimento de 12% em relação a 2021, de R$ 332 bilhões para R$ 371,7 bilhões. Já o leasing apresentou queda de 4%, de R$2,5 bilhões, em 2021, para R$ 2,4 bilhões no ano passado.

Segundo a Anef, a inadimplência de pessoa física alcançou seu maior índice nos últimos anos, batendo 5,9%, o que representa um aumento de 1,5% em relação a 2021.

A perspectiva para 2023 é positiva, mas em cenário retraído em virtude à atual conjuntura dos arranjos econômicos. De acordo com o presidente da Anef, a projeção é de liberar R$ 197,3 bilhões que, se realizado representará crescimento de 1% em relação a 2022.

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Foto: Pixabay

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