“O projeto foi um sucesso. Fez bater o coração”, comentou o presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Jr., ao apresentar o balanço positivo de junho a partir da MP 1.175, que concedeu crédito para que montadoras praticassem descontos de R$ 2 mil a R$ 8 mil nos carros 0 km com preço até R$ 120 mil.

O executivo e empresário disse que a entidade está realizando estudos sobre o comportamento do mercado neste período de concessão de benefícios para propor novas medidas que garantam a continuidade das vendas. Sem entrar em maiores detalhes, disse que a ideia é entregar uma proposta ao governo que beneficie a todos, com aumento de vendas sem queda de impostos.

“Se o programa do carro acessível não tivesse sido aprovado, com certeza estaríamos falando em queda e não em crescimento de 8% conforme registrado em junho com relação a maio. O paciente estava em estado grave e era preciso algo para manter o coração funcionando”.

Por conta dos benefícios dirigidos exclusivamente às pessoas físicas ao longo do mês, o varejo automotivo cresceu 27,1%, com 102,7 mil do total de 179,7 mil emplacamentos de automóveis e comerciais leves, e as vendas maio e as vendas diretas caem 9%, limitando-se a 76.948 unidades.

A verba liberada pelo governo – de R$ 500 milhões no dia 6 de junho, com acréscimo de R$ 300 milhões no final do mês – já foi quase que toda direcionada para as montadoras, mas as concessionárias ainda têm estoque de veículos com preço reduzido para atender o consumidor comum.

“No primeiro dia útil de julho as vendas chegaram a 11.326 unidades, o que representou crescimento de 75,5% sobre o primeiro dia de maio (6.447). Tem muito no pátio para atender os interessados em adquirir carro com desconto”, destacou Andreta Jr;

No balanço específico do primeiro dia, as vendas diretas cresceram 105,4% – de 2.579 para 5.297 unidades – e o varejo teve alta de 55,9% – de 3.868 para 6.029 unidades.

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Andreta Jr. avalia ter ficado claro, a partir da divulgação do pacote, que milhares de brasileiros estavam apenas esperando uma oportunidade para poderem adquirir um veículo novo.

“Nosso objetivo era exatamente alcançar os três principais fatores: preço acessível ao poder de compra, sustentabilidade e densidade fabril”, comentou o executivo referindo-se ao programa que se originou de um debate no setor para resgate do carro popular.

Apesar da MP ter sido publicada no dia 6, o mercado, segundo a Fenabrave, só reagiu efetivamente a partir do dia 20 de junho, quando o processo de refaturamento dos modelos que estavam em estoque, ou seja, a troca de notas fiscais entre concessionárias e montadoras, começou a ser concluído. Também importante citar que  entre a venda e o emplacamento é comum haver demora de 15 dias.

“Foi a partir do dia 20 que o volume diário passou a superar 5 mil veículos leves, chegando a mais de 22 mil nos últimos dias do mês, desempenho similar ao alcançado em 2012, ano de recorde histórico de emplacamentos no País, quando mais de 3,6 milhões de unidades foram comercializados ao mercado interno”, lembrou Andreta Jr.

Ele também elogiou a decisão do governo de priorizar as pessoas físicas em detrimento das jurídicas, descanto que “o objetivo era atender o consumidor final, o que mais perdeu poder de compra nos últimos anos”.

No semestre, a venda de automóveis e comerciais leves atingiu 934,5 il unidades, expanção de 9,76% sobre as 851,4 mil comercializadas no mesmo período de 2022. Diante do movimento de junho e do programado para julho, a Fenabrave decidiu não rever projetos, estimando que o segmento de leves vai repetir os números de 2022 ( 1,96 milhão de unidades).


Foto: Pixabay

Alzira Rodrigues
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