A Stellantis acaba de revelar o seu projeto Bio-Hybrid, que contempla três plataformas destinadas a veículos híbridos flex a etanol e uma para um  carro 100% elétrico. Desenvolvidas para atender os modelos de todas as marcas do grupo, seu uso deve ser iniciado pelas fabricantes de maior volume de vendas no mercado brasileiro, no caso Fiat e Jeep.

Antonio Filosa, presidente da Stellantis América do Sul, informa que os primeiros híbridos flex chegarão ao mercado já no ano que vem e que o carro elétrico com produção 1oo% nacional será lançado até 2030.

“Não vamos montar kits vindos da Ásia. Estamos desenvolvendo fornecedores locais para ter alto nível de nacionalização em todos os nossos eletrificados”, enfatizou o executivo.

Os modelos Bio-Hybrid responderão por 60% da produção brasileira da Stellantis em 2030. “Somos a empresa que mais nacionaliza componentes no Brasil, incentivando soluções de motopropulsão que combinam etanol e eletrificação e contribuem para a descarbonização no ciclo do poço à roda”, comentou Filosa.

Durante evento de  apresentação das novas plataformas realizado no Polo Automotivo de Betim, MG, nesta segunda-feira, 31, João Irineu, vice-presidente de Assuntos Regulatórios da Stellantis América do Sul, voltou a destacar todos os benefícios do biocombustível brasileiro no contexto da descarbonização.

Ao reiterar que híbridos e elétricos conviverão por um bom tempo, lembrou que a meta da empresa para o Brasil é ter 20% das vendas em 2030 concentradas em carros totalmente elétricos.

Márcio Tonani, vice-presidente sênior dos centros técnicos de engenharia para a América do Sul, detalhou as plataformas contempladas no novo projeto de eletrificação da marca na região:

“São plataformas baseadas em tecnologias diferentes, que apresentam distintos graus de combinação térmica e da eletricidade na propulsão do veículo. Cada uma destas tecnologias tem sua aplicação e, juntas, atendem a todas as faixas de consumidores, tornando acessíveis os sistemas híbridos baseados na combinação da propulsão térmica flex com a eletricidade”.

A plataforma Bio-Hybrid traz como elemento um novo dispositivo elétrico multifuncional, que substitui o alternador e o motor de partida. O equipamento é capaz de fornecer energia mecânica e elétrica, que tanto gera torque adicional para o motor térmico quanto energia elétrica para carregar a bateria adicional de Lítio-Íon de 12 Volts.

“O sistema gera potência de até 3KW, garantindo melhor performance ao automóvel e redução de consumo de combustível”, explica Tonini.

A plataforma Bio-Hybrid e-DCT, por sua vez, conta com o serviço de dois motores elétricos. O primeiro deles é o que substitui o alternador e o motor de partida. Adicionalmente, o outro, de maiores proporções, é acoplado à transmissão. Uma bateria de Lítio-Íon de 48 Volts dá suporte ao sistema e também é alimentada pelos dispositivos. Uma gestão eletrônica controla a operação entre os modos térmico, elétrico ou híbrido, otimizando eficiência e economia.

Já a plataforma Bio-Hybrid Plug-in é equipada com bateria de Lítio-Íon de 380 Volts, recarregada através de sistema de regeneração nas desacelerações, alimentada pelo motor térmico do veículo ou por meio de fonte de alimentação externa elétrica (plug-in). Ela conta ainda com motor elétrico que entrega potência diretamente para as rodas do carro. O sistema gerencia operação entre modo térmico, modo elétrico ou híbrido otimizando eficiência e economia.

A arquitetura BEV (100% Elétrica), por fim, é totalmente impulsionada por um motor elétrico de alta tensão alimentado por uma bateria recarregável de 400 Volts, por meio de sistema de regeneração ou de plug-in. Oferece torque instantâneo, com acelerações rápidas e responsivas.

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O presidente da Stellantis para a América do Sul também aproveitou o evento de Betim para falar dos bons resultados na região ao longo do primeiro semestre, quando suas marcas detiveram participação de 23,7%. Filosa assegurou que a empresa é a que mais tem investido no Brasil e demais países da América do Sul:

“Estamos cumprindo o ciclo de R$ 16 bilhões para o período 2018-2025 e já começamos a avaliar o próximo programa de investimentos, que pode até ter valor maior que o atual”.


Fotos: Divulgação/Stellantis

Alzira Rodrigues
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