Após quatro dias de greve e de quase nenhum avanço nas negociações, especialistas na indústria automobilística norte-americana já temem que outras fábricas da General Motors, Stellantis e Ford também possam ser afetadas pelo movimento encabeçado pelo UAW, o sindicato dos trabalhadores da indústria automobilística dos Estados Unidos.

Neste fim de semana, a Stellantis teria proposto reajuste de 21%, índice ainda muito longe das pretensões dos trabalhadores. Shawn Fain, presidente do sindicato, disse que as conversas foram mínimas e a proposta da montadora coloca os dois lados muito distantes.  À imprensa, afirmou:”A bola está do lado deles. Temos um longo caminho a percorrer”.

A inédita greve simultânea nas três maiores fabricantes de veículos em nove décadas, começou no início da sexta-feira, 19, e atinge, por enquanto, somente uma unidade fabril de cada montadora. Perto de 13 mil funcionários, dos  cerca de 146 mil mil do setor, estão com os braços cruzados desde então.

A categoria reivindica reposição salarial da ordem de 40% num período de quatro anos e meio — 20% de forma imediata, além de outros benefícios.

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Fain, da UAW: lados ainda distantes.Os trabalhadores alegam que as montadoras aumentaram drasticamente seus lucros nos últimos quatro anos, tanto que os salários dos principais executivos cresceram também em porcentual muito acima do praticado nos reajustes concedidos aos trabalhadores no mesmo período.

Em video divulgado nesta segunda-feira, 18, a entidade assegura que, em quatro anos, os lucros da GM, Stellantis e Ford aumentaram 65% e que os salários dos CEOs dessas empresas foram elevados em 40%.

As montadoras também teriam aumentado os gastos com recompra de ações em 1.500% e se beneficiado do aumento de 34% dos preços dos veículos novos, enquanto a inflação foi da ordem de 20% e o reajuste dos trabalhadores de somente 6%.

→ Greve interrompe produção nas três maiores montadoras dos Estados Unidos

Segundo a imprensa norte-americana, a greve foi iniciada somente um mês depois das primeiras reivindicações e manifestações do UAW por negociação, mas que não teriam tido retorno insatisfatório por parte das montadoras.

Estão paradas as fábricas da GM em Wentzville, Missouri, da Ford em Wayne, Michigan, e da Stellantis em Toledo, em Ohio. A estimativa do sindicato é que mais de 24 mil veículos deixarão de ser produzidos caso a greve chegue a um semana.


Foto:Reprodução /UAW

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