Indústria

Por menos testes e mais etanol

Diretor técnico da Anfavea, Henry Joseph Jr., faz reflexão a respeito do projeto de lei dos Combustíveis do Futuro

Durante Simpósio de Eficiência Energética, Emissões e Combustível, realizado pela Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), Henrry Joseph Jr., diretor técnico da Anfavea questionou o projeto de lei dos Combustíveis do Futuro, já aprovado pela Câmara dos Deputados e em tramitação no Senado. Dentre os eixos do projeto, há os que estabelecem maior participação de recursos renováveis na mistura dos combustíveis fósseis.

De acordo com o texto, a mistura de etanol à gasolina passará de 22% a 27%, podendo chegar a 35%. E, a partir de 2025, será acrescentado 1 ponto porcentual de mistura de biodisel ao diesel tradicional, até atingir 20%, em março de 2030.

Para o Joseph Jr., o cenário que se vislumbra será de desafios que não necessariamente deveriam ser enfrentados. “O PL não traz uma linha de eletrificação, só fala em biocombustível e, com isso, impõem testes em carros que não foram originalmente projetados para isso.”

O diretor da Anfavea observa que o etanol é um biocombustível renovável e traz a experiência brasileira de quatro décadas. “O problema é que etanol vende pouco. E eu não sei responder por qual motivo. Mas será que não estamos jogando fora uma oportunidade já pronta?”

LEIA MAIS

→AEA coloca em pauta o potencial brasileiro no processo descarbonização

→O que mudou na nova regulação automotiva, o Mover

→Mover: investimento mínimo em P&D depende do segmento automotivo.

Pelos números apresentados por Joseph Jr., no Brasil já absorveu mais de 41,7 milhões de veículos flex, volume que representa por volta 84% das vendas. “Se for para endereçar descarbonização, a própria frota é parte da solução.”

De acordo com o representante da associação, a frota circulante atual de veículos leves é de 45 milhões de unidades, 38,3 milhões com motores flex. O volume despeja na atmosfera 62 milhões de toneladas de CO2. “Se essa frota passasse a usar o etanol, a redução de carbono seria da ordem de 50%, de uma hora para outra.”


Foto: Anfavea/Divulgação

Compartilhar
Publicado por
Décio Costa

Notícias recentes

Trabalhadores rejeitam proposta da Renault em assembleia

Em dez dias, perda de produção ultrapassa 6,1 mil veículos. Montadora divulga principais itens da…

% dias atrás

Com as chuvas no Sul, mercado automotivo retrai em maio

Foram 81.395 emplacamentos na primeira quinzena, um recuo de 18% frente aos 96.206 do mesmo…

% dias atrás

Volvo coloca na prateleira de ofertas caminhões FH movidos a B100

Para atuar, no entanto, engenharia da fabricante precisa avaliar a operação a que se destina…

% dias atrás

MDIC ainda avalia cerca de 50 pedidos de habilitação ao Mover

Em evento na AEA, Margarete Gandini, do MDIC, comemora a alta receptividade ao novo programa…

% dias atrás

VW ainda tenta evitar a concessão de férias coletivas semana que vem

Ciro Possobom informa que a decisão, eventualmente necessária devido às chuvas no Sul, será tomada…

% dias atrás