Direto da China, onde foi visitar o Salão do Automóvel de Pequim, o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, apresentou o balanço do setor em abril e no quadrimestre, chamando a atenção para os reflexos que as chuvas no Rio Grande do Sul podem ter no setor como um todo, assim como greves em montadoras, caso da Renault no Paraná.

Foram produzidos no mês passado 222 mil veículos, o melhor abril desde 2019 e o melhor desempenho mensal dos últmos oito meses. O volume representou alta de 13,5% sobre as 196 mil unidades fabricadas em março e de mais de 30% sobre abril de 2023.

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Lima Leite lembrou que no ano passado apenas em três meses a produção superou a casa das 220 mil unidades.

“Com esse salto em abril, a produção acumulada no quadrimestre chegou a 760,1 mil unidades, 6,3% acima do mesmo período do ano anterior”, informou o executivo, admitindo que o resultado do ano poderia ser melhor não fossem a elevada alta das importações de veículos, na casa dos 43% no acumulado do quadrimestre, e da queda nas exportações.

A venda de modelos vindos de fora totalizou 126 mil unidades este ano, das quais 36 mil comercializadas em abril, com predominância de veículos vindos da China.

Sobre a chuva no Sul, Lima Leite disse que ainda não dá para especificar prejuízos ao setor, mas lembrou que há problemas de logística no transporte rodoviário e aéreo que podem afetar o abastecimento de fábricas em outras regiões.

Também presente na coletiva desta quarta-feira, 8, o presidente do Sindipeças, Cláudio Sahad, informou que o Rio Grande do Sul responde por 12% do faturamento nacional das autopeças, que foi da ordem de R$ 238 bilhões no ano passado. “Lá se concentram 8% dos empregos e 11% das nossas exportações”, complementou.

Pelo levantamento do Sindipeças, a região mais afetada é a de Porto Alegre. “Na capital e redondezas há várias fábricas atingidas pela chuva, com produção prejudicada. Isso já não ocorre em Gravataí e em Caxias do Sul. Há problema de logística, com risco de haver falta de componentes, o que pode ocasionar paradas pontuais”,  disse Sahad.

Na avaliação do presidente da Anfavea, as chuvas no Sul requerem muita atenção: “Vai levar de sete a dez dias para que as coisas comecem a se normalizar a partir do fim das chuvas. O Rio Grande do Sul responde por 5% das vendas nacionais e muitas concessionárias na Grande Porto Alegre estão fechadas”.

Segundo dados da Anfavea, são 680 concessionárias no Estado, 48 unidades fabris e 12 fabricantes de veículos e máquinas, dos quais sete são associados da entidade.


Foto: Divulgação/GM

Alzira Rodrigues
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