Após alguns adiamentos e denúncias do sindicato local quanto ao risco de a empresa não vir efetivamente a produzir no Brasil este ano, o vice-presidente sênior da BYD, Alexandre Baldy, garantiu na abertura do lançamento da linha 2026 do hibrido Song Plus que as operações em Camaçari, BA, serão iniciadas em 26 de junho.

“Temos data e horário da inauguração: 26 de junho, às 9h”, disse o executivo, lembrando que o primeiro carro a ser montado na Bahia é o elétrico Dolhpin Mini, o que não descarta outro modelo na linha logo de início. Um dos candidatos é o híbrido Song Pro.

Com esse anúncio, a BYD se antecipa à também chinesa GWM, que marcou a inaguração da sua fábrica brasileira, em Iracemápolis, interior paulista, para julho.

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Baldy não se esquivou de falar de várias notícias dando conta que a inauguração não mais seria no primeiro semestre deste ano, comentando que a data programada é até mesmo anterior a definida no contrato assinado com o governo da Bahia em junho de 2023, que era de 20 de julho de 2025.

Entre os problemas enfrentados pela marca chinesa, teve denúncias de trabalho escravo  no processo de construção da fábrica baiana, o que gerou ação do  Ministério Público do Trabalho (MPT) contra a montadora e as empreiteiras China JinJiang Construction Brazil Ltda. e Tonghe Equipamentos Inteligentes do Brasil, que prestavam serviços exclusivos para a BYD.

“Nós substituímos a empresa inicial, pagamos os custos dos chineses que estavam aqui e vamos usufruir do nosso direito de defesa para mostrar que estamos cumprindo as regras e as legislações locais”, comentou o vice-presidente.

Baldy também comentou sobre o pleito que a empresa fez ao governo deferal para que sejam reduzidas as alíquotas de importação de unidades SKD (desmontadas) para 10%, ante índice atual de 18%, que sobe para 25% em jullho. A Anfavea as montadoras locais são declaradamente contra a reivindicação.

As operações da fábrica serão iniciadas exatamente com unidades SKD (desmontadas), envolvendo a montagem no local a partir de peças soldadas e pintadas vindas da China. “Não achamos justo o SKD ter a mesma alíquota do carro pronto, visto que o projeto envolve trabalho local e localização fugura de peças”.

Baldy garantiu que já foram contratos 1,1 mil funcionários. “Viemos para o Brasil para vender e produzir. Há 2 anos e meio estamos preparando terreno para crecer no Paíse nossa proposta é de longo prazo. Nosso compromisso é estar aqui”.

O anúncio de investimento da montadora chinesa é da ordem de R$ 5,5 bilhões.


 

Alzira Rodrigues
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