Por George Guimarães

Se 2017 exibiu uma forte reação para produção e venda de veículos, o que dizer dele quanto o tema são as exportações de veículos? Simples: foi o melhor ano de todos tempos. E estamos falando de mais de seis décadas da indústria automobilística brasileira.

Ao longo do ano passado foram embarcados 762 mil veículos, 46,5% a mais do que no ano anterior. Só no mês passado saíram do País mais de 61,1 mil veículos. A grande maioria seguiu para países da América Latina, em especial para a Argentina, ainda principal destino dos produtos brasileiros.

“As exportações vieram para ficar”, comemora Antônio Megale, presidente da Anfavea, admitindo entretanto que o salto decorreu de vários fatores, em particular do câmbio mais favorável, da retração do mercado interno que forçou as fabricantes a buscarem alternativas para escoar a produção e, em menor grau, da mudança do perfil dos produtos aqui fabricados.

Com exceção dos ônibus, cujo total de 9,1 mil unidades representou recuo de 6,4% sobre o ano anterior, todos os demais segmentos exibiram crescimento vertiginoso. Automóveis e comerciais leves somaram 724,6 mil unidades, 48,2% na comparação com 2016, enquanto os embarques de caminhões chegaram a 28,3 mil, 31,3% a mais.

Até o segmento de máquinas agrícolas e rodoviárias teve forte incremento de 46,9% ao registrar 14,1 mil unidades exportadas, o melhor desempenho anual desde 2013. Apesar disso,  o segmento ainda está longe de seu maior resultado histórico: em 2008 o Brasil exportou 30,3 mil máquinas.

Os ótimos resultados das exportações se repetiram também em valores.  Os negócios da indústria no exterior ultrapassaram os US$ 15,8 bilhões, 48,6% a mais do que no ano anterior.

Mas os números de 2017 podem, sim,  ser apenas um degrau para o setor automotivo brasileiro, caso se confirmem as projeções da Anfavea para 2018. A entidade estima que os embarques  de veículos leves e pesados pode atingir 800 mil unidades, 5% a mais do que no ano passado.

No caso das máquinas agrícolas, a expectativa é de avanço de 10%, algo como 15,5 mil unidades embarcadas. Em valores totais do setor, a ideia é  atingir US$ 16,7 bilhões, variação positiva de 5,4%.

Finalmente, o acordo – Um pequeno impulso nesse sentido pode vir da Colômbia. Após meses de negociações, em dezembro o Brasil finalmente fechou acordo automotivo com o país andino. Pelo tratado, cada um dos dois países poderá exportar para o parceiro, sem imposto de importação, cota anual de 25 mil veículos já a partir de 2018.

Em 2017 as montadoras brasileiras enviaram para a Colômbia 20,3 mil automóveis e comerciais leves, 18% a mais do que no ano anterior. “Com o acordo, podemos superar as 30 mil unidades já este ano”, calcula Megale.


Foto: AutoIndústria

 

George Guimarães
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