Por George Guimarães

Após mais de um século e apesar de todos os investimentos e esforços em pesquisas da indústria, finalmente a frase “pneu é tudo igual: redondo, preto, com buraco no meio” começa a não fazer mais sentido. Pelo menos é o que garante a Goodyear, que apresenta no Brasil o  Eagle 360 Urban, um pneu esférico e, para tristeza das fábricas de rodas, que não tem buraco no meio.

Não cabe ainda qualquer desespero para quem fabrica rodas ou as vê como importantes elementos estéticos dos automóveis. O revolucionário pneu da Goodyear é ainda  apenas um conceito. Revelado mundialmente no primeiro trimestre no Salão de Genebra, na Suíça, o Eagle 360  é, sobretudo, um estudo e vitrine de tecnologias que poderão ser incorporadas em futuro próximo e outras em nem tão curto prazo.

A proposta é intrigante, de qualquer maneira. O futuro pneu  adota Inteligência Artificial e por meio de rede de sensores pode reconhecer, por exemplo, suas próprias condições, as dos pisos, umidade, limites de frenagem e até condições do tráfego em um determinado trecho e repassar essas informações em tempo real para o veículo em que está instalado ou para outros veículos nas proximidades.

Ao combinar essas variantes, o Eagle 360 também as processa instantaneamente em “redes neurais treinadas com algoritmos de aprendizagem” e decide o curso de ação mais apropriado e seguro. A Inteligência Artificial “aprende” ainda com as ações anteriores e otimiza as futuras respostas.

O pneu-conceito é revestido de polímero superelástico com flexibilidade e sensibilidade semelhante à pele humana, segundo a definição da Goodyear. Com essa caraterística, a cobertura externa expande ou retrai de acordo com as condições do terreno. Numa pista de asfalto perfeita, torna-se mais lisa, propiciando menor atrito ou, em outro caso, pode criar ondulações de forma a facilitar a drenagem da água.

Além de ser multidirecional, o que tornaria possível manobras hoje impensáveis, o Eagle 360 se autorregenera em caso de dano, por meio de reações físico-químicas que formam novas ligações moleculares e reparam a área comprometida.

Para sorte também dos fabricantes de suspensões, o conceito ainda está muito distante das linhas de montagem, já que sua adoção demandaria sistema de levitação magnética, pois não há como prendê-lo ao veículo sem o centenário buraco.


Fotos: Goodyear/Divulgação

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