Enquanto a Ford anuncia o fechamento da fábrica de São Bernardo do Campo, SP, e a General Motors garante estar operando com prejuízos na região, a Volkswagen vive um dos seus melhores momentos no País e o negócio deve melhorar ainda mais com o lançamento esta semana do T-Cross, o primeiro SUV da marca produzido por aqui.

Em entrevista que concedeu na terça-feira, 19, por ocasião da apresentação do modelo e da comemoração dos 20 anos da fábrica de São José dos Pinhais, o presidente e CEO da Volkswagen na América Latina, Pablo Di Si, não escondeu a satisfação com o atual momento da fabricante na região.

“A Volkswagen está animada. Estou super otimista”, comentou o executivo. “É o momento da virada no mercado, o ânimo dos consumidores mudou e tem disponibilidade de crédito. Acredito que as vendas vão crescer entre 12% e 14% este ano e para nós o T-Cross representa um divisor de água. É o primeiro carro conectado da marca na América Latina e reforça nossa presença no segmento que mais cresce no País e no mundo”.

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É certo que a empresa ainda negocia com fornecedores, governo e sindicalistas condições para definir seu novo ciclo de investimento no País. Sem adiantar quando virá essa definição, Di Si ressalta que as conversas estão caminhando bem. “Precisamos nos assegurar de que os aportes a serem definidos agora são sustentáveis no futuro”.

O executivo garante que ser líder de mercado não é prioridade da empresa, tanto é que, segundo ele, a marca está em terceiro lugar. “Não desejamos a liderança a qualquer custo. Não quero perder dinheiro”. A marca fechou 2018 na vice-liderança do ranking das mais vendidas no País, atrás apenas da General Motors.

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Di Si refere-se às vendas diretas, que em algumas marcas está chegando a representar 60% dos negócios locais. O objetivo, deixa claro o CEO da Volkswagen, é ter uma operação rentável que dê suporte aos novos investimentos que a montadora programa para o Brasil e região.

Além de estar animada com o mercado, a empresa vive um excelente momento no que diz respeito ao relacionamento com os fornecedores, conforme assegura seu CEO: “Não temos nenhum problema com fornecedores no Brasil hoje”. Tanto é que a empresa espera ampliar o índice de nacionalização do T-Cross, que já está saindo de linha com 70% de conteúdo local, para 80% a 90% dentro dos próximos dois a três anos.

Com um produto global e conectado, a Volkswagen voltará depois de muitos anos a exportar além-mar. Já está definido junto ao grupo que o modelo irá para vinte países da África e Ásia, além da Turquia. As fabricantes de automóveis instaladas aqui têm limitado suas exportações aos países da região, o que indica falta de competitividade para alçar novos voos.

Com a chegada do T-Cross, a fábrica paranaense da Volkswagen volta a operar em dois turnos a partir de abril, com capacidade para produzir 630 veículos/dia, dos quais 400 serão T-Cross – o restante são unidades do Golf e do Fox. Di Si comenta que a planta é bastante competitiva, embora ressalte que “sempre tem como melhorar produtividade”.

A fábrica de São José dos Pinhais vinha operando bem abaixo da sua capacidade, tanto é que havia quinhentos funcionários em lay-off que retornarão agora com o T-Cross. O investimento de US$ 2 bilhões na planta foi fruto de conevrsas com o Sindicato dos Metalúrgicos do município, governo do Estado e Prefeitura local.

 


Foto: Divulgação/VW

 

Alzira Rodrigues
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