O anúncio surpreendeu o mundo automotivo: a FCA, Fiat Chrysler Automobiles, oficializou nesta segunda-feira (27), proposta ao Grupo Renault de fusão igualitária de seus negócios mundiais. As duas empresas, revelou a empresa ítalo-amerciana, vinham discutindo há lagum tempo oportunidades de colaboração em produtos e regiões.

Não de hoje a FCA vem buscando algum tipo de acordo com outras gigantes automotivas. Sergio Marchionne, CEO do grupo falecido no ano passado, era o principal defensor e articulador das conversações que resultassem em fusão ou parcerias. Não faltaram especulações sobre tratativas com empresas orientais e até mesmo com outra francesa, a PSA, que teria declinado oferta.

Segundo comunicado oficial da FCA, as conversas com a Renault deixaram claro que “a colaboração mais ampla por meio de uma combinação melhoraria substancialmente a eficiência de capital e a velocidade do desenvolvimento de produtos”. “A proposta de combinação”, prossegue o texto, “ é também fortalecida pela necessidade de tomar decisões ousadas para aproveitar em escala as oportunidades criadas pela transformação da indústria automotiva em áreas como conectividade, eletrificação e direção autônoma”.

A fusão dos dois grupos criaria o terceiro maior fabricante de automóveis, com vendas globais anuais de aproximadamente 8,7 milhões de veículos, com forte presença em todo o mundo. Hoje a marca Renault está fora do mercado norte-americano, enquanto a FCA tem participação discreta na Europa.

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Com base nas vendas globais de 2018, a companhia combinada seria nº 4 na América do Norte, nº 2 na Europa, África e Oriente Médio, nº 1 na América Latina e teria os recursos aumentados necessários para crescer sua participação na região Ásia-Pacífico. Os rendimentos da companhia seriam de quase €170 bilhões, com lucro operacional de mais de €10 bilhões e lucro líquido de mais de €8 bilhões.

A ideia é que a futura empresa tenha participações rigorosamente iguais dos dois grupos originários. Os acionistas de cada um deles receberiam porção equivalente de ações na nova companhia. O board seria composto inicialmente por 11 membros, a maioria independente e com igual representação de quatro membros pela FCA e Groupe Renault, assim como um indicado pela Nissan.

Os eventuais benefícios do acordo, diz a FCA, não estão baseados no fechamento de plantas ou redução de empregos. Serão “alcançados por meio de investimentos mais eficientes de capital em sinergias de plataformas globais de veículos, arquiteturas, powertrain e tecnologias comuns”.

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A FCA não descarta colaboração com Nissan e Mitsubishi,  atuais parceiros globais da Renault. Ao contrário, diz que “reconhece a posição e as conquistas dos parceiros do Grupo Renault e enxerga benefícios significativos para todas as partes em uma parceria expandida”. “A combinação entre a FCA e o Grupo Renault, juntamente com os parceiros Nissan e Mitsubishi, seria a maior aliança de fabricantes de veículos do mundo, vendendo mais de 15 milhões de veículos anualmente”.

A proposta será avaliada agora pelo board do Grupo Renault, que prometeu se manifestar futuramente. Um acordo está sujeito à aprovação pelos acionistas de cada companhia e autoridades antitruste.


Foto: Divulgação/FCA

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