A produção de veículos atingiu 275,7 mil unidades em maio, com crescimento de 3,1% no comparativo com as 267,6 mil fabricadas em abril. É o melhor desempenho deste ano e o volume mais elevado desde agosto de 2018, quando saíram das linhas de montagem total de 291,1 mil veículos.

No acumulado do ano a alta é de 5,3%, com 1,24 milhão de veículos produzidos até maio ante total de 1,18 milhão do mesmo período do ano passado. O índice está abaixo da projeção da Anfavea para o ano, que é de expansão de 9% na produção.

O ritmo das linhas de montagem está abaixo do que era esperado por causa da acentuada queda das exportações, que atinge 42,2% no acumulado dos primeiros cinco meses do ano. O presidente da entidade, Luiz Carlos Moares, já admite que as expectativas para 2019 deverão ser revistas, incluindo a meta de produção, pois a desaceleração das vendas externas vem prejudicando todas as marcas aqui instaladas.

No comparativo do mês passado com maio do ano passado o setor registrou expressiva alta de 29,9% no volume produzido, mas esse dado é distorcido pela realização da greve dos caminhoneiros em 2018, que afetou as linhas de montagem por pelo menos nove dias na ocasião.

A produção até agora vem sendo sustentada pelo crescimento do mercado interno, que conforme já divulgado pela Fenabrave na segunda-feira, 3, foi de 5,8% em maio com relação a abril e de 21,3% sobre o mesmo mês do ano passado. Vale lembrar que as vendas diretas estão garantindo o desempenho positivo do mercado doméstico, visto queo varejo mostra-se praticamente estagnado.

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Assim como já se manifetaram os presidentes da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, e da Abeifa, José Luiz Gandini, também o presidente da Anfavea falou nesta quinta-feira, 6, sobre a falta de confiança do consumidor e dos investidores, o que impede um crescimento efetivo da economia.

Moraes voltou a falar da importância das reformas, principalmente a da previdência e a tributária. “Estamos defendendo a reforma da previdência pois nos preocupa o déficit fiscal”, comentou o executivo. Questionado sobre o risco de o mercado interno desacelerar a partir de agora por causa da situação atual do País, Moraes disse que por enquanto a entidade ainda mantém projeção de crescimento de 11,4% para o ano.

Mas fez uma ressalva: “Acreditamos que a reforma da previdência será aprovada. Mas caso não seja, será um caos. O Brasil não é um país para amador. Temos de fica atentos”.

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Quanto à reforma tributária, o presidente da Anfavea disse que representantes da entidade vêm discutindo o tema com o governo. Ao divulgar os números do setor em maio, ele apresentou um estudo sobre o peso da carga tributária no setor e principalmente os custos relativos à burocracia que envolvem o pagamento de impostos.

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“Além de termos uma carga tributária maior, enfrentamos um excesso de burocracia em todas as áreas. Só para citar um exemplo, o tempo para um airbag importado entrar no País varia de 42 a 50 dias, tudo por conta da burocracia envolvida no processo”.


Foto: Divulgação/GM

 

 

Alzira Rodrigues
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