O presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, aproveitou a coletiva de divulgação do balanço do setor em maio para defender a necessidade de uma reforma tributária, destacando ser essencial uma simplificação no processo de cobrança de impostos no País para garantir maior competitividade à indústria nacional.

Com base em estudo da Fiesp, Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, que indica um gasto com mão de obra, software, serviços e custos legais para cálculos e processamentos de tributos equivalente a 1,2% do faturamento industrial, a Anfavea calcula um desembolso anual no setor automotivo de R$ 2,3 bilhões só com esse custo burocrático-tributário.

“E um valor maior do que o previsto com Pesquisa e Desenvolvimento no programa Rota 2030, projetado em R$ 1,5 bilhão”, destacou Moraes. “Ou acabamos com esse sistema tributário ou ele acaba com o Brasil”.

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Como exemplo do excesso de burocracia no País, o presidente da Anfavea citou o fluxo de importação do airbag, item obrigatório nos veículos nacionais, que demanda 15 passos de requerimentos e de 42 a 50 dias de processamento até a liberação do equipamento.

De acordo com o estudo da Fiesp, a média global para cálculos de impostos em empresas é de 231 homens/hora por ano. No Brasil, são necessários 2.507 homens/hora, ou seja, quase 11 vezes mais. “Outro dado que ilustra esse manicômio burocrático é que nesses 30 anos de Constituição Federal, cerca de 50 normas tributárias foram editadas a cada dia útil no País”, comenta o presidente da Anfavea.

Em seu estudo, a Fiesp deixa claro que o gasto de 1,2% do faturamento industrial em burocracia – equivalente a R$ 37 bilhões por ano – não inclui os  custos dos impostos propriamente ditos.


Foto: Pixabay

Alzira Rodrigues
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