Com a produção afetada pela crise da pandemia da Covid-19, a indústria de autopeças fechou o mês de abril com 59% de capacidade ociosa, quase o dobro do índice registrado nos meses anteriores, que estava em 31%. O faturamento no quarto mês do ano teve queda de 81,6% em relação a março e de 85,4% no comparativo com abril de 2019. No acumulado do quadrimestre a queda na receita é de 30,5%, de acordo com a Pesquisa Conjuntural realizada mensalmente pelo Sindipeças.

“Em outras palavras, cerca de 1/3 da receita da indústria de autopeças desapareceu no primeiro quadrimestre do ano
comparado a igual período de 2019 – com maior impacto em abril”, comenta a entidade no relatório publicado em seu site na semana passada. “Se realizarmos um exercício de simulação para verificar o que deveria acontecer para que a receita de 2020 se igualasse à de 2019, concluiríamos que haveria necessidade de incremento da 7,9% no segundo quadrimestre e de 23,2% nos comparativos interanuais”.

Ou seja, dificilmente a indústria de autopeças conseguirá repetir neste ano o mesmo desempenho de 2019, o que também vale para as fabricantes de veículos em geral. O faturamento oriundo das operações com montadoras foi o que sofreu maior pressão, devido à paralisação das unidades produtivas. Em comparação a março, houve queda de 92,6%, transformando-se em retração de 35% no acumulado do ano, o que fez a participação desse canal recuar para 25,4%.

As exportações em dólares encolheram 70,7% em abril no comparativo com março e 38% no ano. Para reposição, houve queda de, respectivamente, 50,6% e 16,9%. “Até abril, o faturamento proveniente do mercado de reposição foi o menos atingido, apesar da dramaticidade dos resultados, o que elevou a sua representatividade para 37,3% do faturamento total da indústria de autopeças”, revela o Sindipeças.


Foto: Divulgação/Eaton

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