A confirmação de que o utilitário esportivo Territory estará em pré-venda a partir de 7 agosto e  nas concessionárias no mês seguinte coloca fim a um longo período de ausência de verdadeiras novidades na linha Ford no Brasil. Há quase dois anos, a marca tem se notabilizado muito mais pelo encerramento de produção local e de importação de modelos, do que por lançamentos capazes de reter e atrair clientes para suas concessionárias.

A Ford hoje vende apenas seis veículos aqui: os nacionais Ka, Ka Sedan e EcoSport, o importado Edge e a picape Ranger, produzida na Argentina. Com a chegada do Territory, fabricado na China, reforçará sua presença no segmento de SUVs, responsável por 29,5% das vendas de automóveis no mercado interno.

A marca sabe bem o quanto faz falta um produto novo no segmento de maior ascensão nos últimos anos. Afinal, durante mais de uma década, desde seu lançamento em 2003, foi exatamente o EcoSport que o liderou. Em 2014, a última vez em que levou o título de SUV mais vendido do País, representava 20% de todos os automóveis Ford negociados.

Desde então, porém, o SUV tem desempenho de vendas discreto, aparece em modestas colocações — como a atual oitava —, com volumes muito inferiores aos dos utilitários esportivos líderes. No primeiro semestre, obteve 9,9 mil licenciamentos, menos da metade do Jeep Renagade.

Outro problema da montadora no segmento: o Edge não aparece nem mesmo entre os 40 utilitários esportivos mais negociados, segundo dados da Fenabrave. Vendeu cerca de 130 unidades nos primeiros seis meses de 2020, menos até do que o esportivo Mustang, que acumulou 181 emplacamentos.

A Ford vendeu 60,5 mil automóveis e comerciais leves  nos primeiros seis meses do ano e deteve 7,93% de participação, quinta maior no ranking de marcas atrás da Hyundai, com 8,3%, e ameaçada muito de perto pela Renault, que somou apenas quinhentos licenciamentos a menos e tem 7,83%. Mas, considerados somente veículos de passeio, 51,8 mil unidades, já perdeu essa posição para a montadora francesa.

O Territory, portanto, chega em momento importante para que a Ford não caia ainda mais no ranking das marcas mais vendidas. Demorou até, já que foi exibido no Salão do Automóvel de São Paulo de 2018, mas, segundo a Ford, como um conceito a ser pesquisado.

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O SUV médio, que posterioremente será fabricado na Argentina, disputará consumidores com modelos como o Jeep Compass. Lyle Watters, presidente da Ford América do Sul, diz que preencherá o degrau hoje existente entre o EcoSport e o Edge. “Identificamos que havia uma oportunidade de expandir a nossa linha com o Territory, posicionado numa faixa de preço entre esses dois modelos”, antecipou em comunicado.

Apesar de não revelar ainda versões, preços ou os principais dados técnicos, a Ford antecipou que o SUV terá carregamento de celular por indução, conexão sem cabo com aparelhos da Apple, sistema de câmeras 360° e central multimídia com tela de 10,1 polegadas.


Foto: Divulgação

George Guimarães
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