A indústria brasileira de veículos encerrou os quatro primeiros meses do ano contabilizando um crescimento de 34,7% nas vendas externas, com 129,6 mil unidades embarcadas ante 96,2 mil negociadas no mesmo período de 2020.

Embora em alta, os 33,8 mil veículos absorvidos pelos mercados externos no mês passado representaram uma queda de 7,9% em relação março, quando somou 36,7 mil unidades embarcadas. No confronto com abril 2020, período marcado pelo aprofundamento da crise sanitária e, com ele, medidas restritivas, não cabe análise comparativa devido a uma base muito baixa. Na ocasião, somente 7,2 mil veículos seguiram para fora do País.

“As empresas seguem no esforço de exportar de maneira mais intensa, até como forma de enfrentar a ociosidade do parque industrial automotivo”, resumiu o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, durante apresentação do balanço do setor automotivo na sexta-feira, 7. “Mas a indústria de veículos nacional ainda depende muito do mercado interno. Praticamente o que se produz, se consome aqui.”

Moraes mais uma vez voltou ao tema competividade com apresentação de estudos que mostram a quase inexpressiva presença do produto brasileiro mundo a fora. Levantamento elaborado pela Anfavea mostra que dos 78 milhões de licenciamentos de todos os mercados em 2020, o veículo brasileiro respondeu por 0,44%.

A participação dos embarques brasileiros praticamente se concentrou na América Latina (10%), tendo a Argentina como o maior destino (51%), seguida pelo México (7%). No restante do planeta, a presença é marginal, abaixo de 1%. Do volume vendido da produção brasileira no ano passado, quase 90% ficaram por aqui.

“A indústria de veículos brasileira não consegue exportar. E não por falta de qualidade, porque temos o mesmo padrão encontrado nos países maduros. Apesar do esforço das fabricantes, temos um sistema que inibe as exportações, que acumula créditos sem perspectivas de receber de volta”, desabafou o presidente da Anfavea.

Para o dirigente, a melhora nas exportações passa por uma reforma estruturante, porém, mais que isso. “É preciso criar uma política de exportações, na qual inclua acordos internacionais de comércio, modernização e fortalecimento dos dispositivos de financiamentos.”

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Foto: Volkswagen/Divulgação

Décio Costa
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