Indústria

Setor contrata 1,2 mil em junho, mas saldo é negativo por causa da Ford

Admissões concentram-se principalmente nas fabricantes de comerciais leves e pesados

Ao divulgar o balanço do primeiro semestre nesta semana, a Anfavea confirmou 1,2 mil contratações em junho principalmente nas montadoras de comerciais leves e pesados. O quadro total do setor, no entanto, registrou baixa no mês e no acumulado do ano por causa das demissões em curso nas fábricas da Ford, que tiveram produção suspensa em janeiro deste ano.

O mês passado fechou com um efetivo de 102.732 funcionários nas fabricantes de veículos, 1,3% a menos do que os 104.082 empregados existentes em maio, quando houve perda de 600 postos em relação ao mês anterior. Em um ano, considerando o quadro de 105.520 em junho de 2020, a redução chega a 2,6%.

Segundo revela o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, houve 2.550 demissões em junho, a grande maioria de funcionários da Ford. “Em contrapartida, o bom momento vivido no segmento de veículos comerciais, tanto leves como pesados, gerou 1,2 mil novas vagas no mês, amenizando o impacto no cômputo geral de empregos”, complementa o executivo.

A Ford anunciou o fechamento de suas fábricas brasileiras – a de automóveis em Camaçari, BA, e a de motores em Taubaté, SP – logo no início do ano, mas só no segundo trimestre foram feitos acordos com os funcionários, envolvendo programa de demissão incentivada.

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Perda na produção é estimada em mais de 100 mil veículos

No caso das contratações, o presidente da Anfavea disse que tanto as linhas de picapes como as de caminhões estão demandando mais gente no momento. Ao contrário dos automóveis, que deverão ter vendas ampliadas este ano em apenas 7%, a metade dos 14% projetados em janeiro, a entidade revisou para cima a meta de expansão nos dois segmentos de veículos comerciais.

No caso dos leves (picapes e furgões), a meta de expansão foi revisada de 18% para 33%, estimando-se agora total de 450 mil emplacamentos de veículos do gênero contra os 339 mil de 2020. Nos caminhões, projeta-se acréscimo de 36% – ante os 13% anteriores -, com esse mercado saltando de 90 mil emplacamentos no ano passado para 122 mil  em 2021.

O problema com falta de semicondutores, segundo Moraes, vem afetando de forma mais acentuada as montadoras de automóveis por causa dos volumes maiores de produção e venda. O planejamento é mais fácil

Vale notar que a projeção de alta para os automóveis foi reduzida de 14% para 7%, enquanto a de comerciais leves foi ampliada de 18% para 33%. Do total projetado para o ano, os automóveis deverão emplacar 1,73 milhão de unidades e os comerciais leves, 450 mil.


Foto: Divulgação/Mercedes-Benz

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Publicado por
Alzira Rodrigues

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