Odesempenho do primeiro bimestre aquém do esperado levou a Anfavea a rever projeções para 2021. Em junho foram produzidas apenas 166.947 unidades, o que representou queda de 13,4% sobre maio, reflexo da falta de semicondutores e outros componentes que afeta principalmente as montadoras de veículos leves. A Anfavea estima que entre 100 mil a 120 mil unidades foram perdidas no primeiro semestre por causa desse problema.

“Junho teve o pior resultado mensal dos últimos 12 meses”, informa o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, lembrando que houve várias paradas de fábricas de automóveis ao longo do mês por causa da escassez de componentes que perdura desde o final do primeiro trimestre e deve se estender até o final do primeiro semestre de 2022.

Diante desse quadro, a entidade revisou a projeção de vendas e de produção de veículos leves para baixo. Ante estimativa anterior de fabricar 2.385.000 unidades, que representaria alta de 25%, aposta agora em 2.304.000, com expansão menor, de 21%.

Com relação ao mercado interno do segmento de leves, a meta era emplacar 2,25 milhões – alta de 15% e agora estima-se algo em torno de 2,18 milhões, crescimento de 12%. Vale notar que a projeção de alta para os automóveis foi reduzida de 14% para 7%, enquanto a de comerciais leves foi ampliada de 18% para 33%. Do total projetado para o ano, os automóveis deverão emplacar 1,73 milhão de unidades e os comerciais leves, 450 mil.

Já no caso dos caminhões e ônibus as projeções agora são melhores e a estimativa de aumento da produção foi revisada de 23% para 42%, apostando-se agora em cerca de 150 mil unidades fabricadas no ano. No caso dos pesados, a estimativa é de expansão de 33% no mercado interno, para 138 mil unidades.

No cômputo total, incluindo todos os veículos, a estimativa anterior de produção de 2.520 mil unidades (alta de 25% sobre 2020) foi reduzida para 2.463 mil (aumento de 22%). As vendas internas, incluindo também leves e pesados, devem chegar a 2,32 milhões de unidades, evolução de 13% sobre o ano anterior,  ante os 15% projetados no início do de 2021.

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Embora aquém do esperado, o balanço do primeiro semestre é positivo porque a base de comparação do mesmo período de 2020 é distorcida por paralisações do setor impostas pelas medidas de isolamento social decorrentes da chegada da Covid-19 no País.

A produção de janeiro a junho atingiu 1.148.500 veículos, volume 57,5% superior ao do primeiro semestre do ano passado (729 mil). Numa comparação mais justa, como diz o presidente da Anfavea referindo-se a 2019, antes portanto da pandemia, houve queda de 22% no mesmo comparativo semestral.

Os problemas na área produtiva conforme já divulgado pela Fenabrave refletem na baixa oferta de alguns produtos e, em consequência, na desaceleração do mercado interno. Nos seis primeiros meses de deste ano, 1.074 mil unidades foram licenciadas no País, 32,8% a mais que no mesmo período de 2020, porém 17,9% a menos do que no primeiro semestre de 2019. Em junho, com 182.453 emplacamentos, houve recuo em relação aos últimos dois meses.


Foto: Divulgação/Renault

Alzira Rodrigues
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