Apesar do desempenho positivo no acumulado do ano, o mercado de automóveis e comerciais leves deixou de vender pelo menos 200 mil unidades no primeiro semestre, volume equivalente ao que as montadoras deixaram de produzir por causa da falta de semicondutores e outros componentes. Os estoques nas redes são os mais baixos da história do setor. São apenas 56 mil unidades, equivalentes a 8 dias de venda.

As informações foram divulgadas pela Fenabrave nesta sexta-feira, 2, quando aproveitou para revisar pra baixo a estimativa de crescimento das vendas dos leves para o ano. Ante projeção anterior de alta de 15,8%, a entidade aposta que o crescimento agora será de no máximo 10,7%, o que vai representar um perto de 2,16 milhões de emplacamentos de automóveis e comerciais leves em 2021.

O presidente da Fenabave, Alarico Assumpção Júnior, prevê a normalização da produção e das vendas apenas para o segundo trimestre de 2022. Além da falta de semicondutores, o setor também avalia o risco de problemas decorrentes da questão energética, visto não estar descartada uma crise nessa área. Tem também a alta no preço dos automóveis e comerciais leves, reflexo da elevação nos custos das matérias-primas, que podem afetar a demanda.

Segundo o empresário, o segmento dos leves é o mais afetado pela falta de produtos. No caso dos pesados – caminhões, ônibus e implementos -, a entidade revisou para cima a meta de crescimento, projetando, no primeiro caso, alta de 30,5%.

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Considerando veículos leves e pesados, o mercado automotivo fechou junho com queda de 33% em relação a maio, com, respetivamente, 182.456 e 188.646 unidades. No semestre a alta é de 32,8%, com 1.074.048 emplacamentos este ano ante o total de 808.682 do mesmo período de 2020.

O índice é elevado porque a primeira metade do ano passado foi fortemente impactada pelas medidas de isolamento social impostas pela Covid-19, com suspensão da produção pela maioria das montadoras entre final de março e maio. Considerando leves e pesados, a estimativa de expansão da Fenabrave para este ano foi reduzida de 16% para 11,6%, projetando-se agora 2,29 milhões de emplacamentos até dezembro.


Foto: Divulgação/Fenabrave

 

Alzira Rodrigues
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