Adesvalorização do real e a falta mundial de semicondutores estão impedindo um melhor desempenho das associadas da Abeifa no País, que passaram a ser 11 desde agosto, a partir da saída da BMW do quadro da entidade. No balanço exclusivo dos veículos importados, as vendas atingiram apenas 1.871 unidades em setembro, com queda de 14,5% ante as 2.188 de agosto e de 34%%no comparativo com o mesmo mês do ano passado.

No acumulado do ano, inclusive, o segmento de importados representado pela Abeifa já computa até mesmo uma pequena queda com relação a 2020, quando as medidas de isolamento social impostas pela Covid-19 fizeram as vendas despencarem entre abril e julho. Com 19.975 acumuladas até setembro, verifica-se redução de 0,3% sobre os  19.857 emplacamentos dos primeiros nove meses do ano passado.

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Considerando o mercado como um todo, o volume de vendas este ano ainda é maior do que o de 2020. A Abeifa também divulga dados consolidados de veículos importados e produzidos localmente pelas suas associadas. Nesse caso, foram 6.149 licenciamentos em setembro – respectivamente, 1.871 e 4.278 unidades -, o que representou retração de 12,2% sobre agosto (7.001 unidades).

No que tange à produção nacional exclusivamente, a queda foi de 11,1% nesse mesmo comparativo. Se for considerado o acumulado dos nove meses, verifica-se alta de 71,2% nas vendas de produtos nacionais das associadas da entidade, com total de  35.241 licenciamentos este ano, ante os 20.585 de janeiro a setembro de 2020.

A Caoa Chery, que representa 60% dos negócios totais da Abeifa, é a principal responsável por esse desempenho positivo. Dentre as marcas sem produção local, a líder atualmente é a Volvo Cars, que emplacou 788 unidades em setembro, com recuo de 7,6% sobre agosto. No acumulado dos nove meses, contudo, a marca cresceu 25,6%, com 6.o46 emplacamentos. A vice-líder é a Kia, com 496 unidades vendidas em setembro, queda de 24,3% sobre o mês anterior. No ano, a marca coreana recuou 12,4%, para 3.726 unidades.

“Tanto na importação como na produção nacional, as nossas associadas não conseguiram atender à demanda potencial, por conta da falta de produtos em consequência do abastecimento instável de semicondutores. Infelizmente essa situação deve perdurar pelos próximos meses”, avalia João Henrique Oliveira, presidente da entidade.

Além disso, ele lembrou que houve redução dos volumes de emplacamentos da entidade por causa da saída da BMW do seu quadro. Sobre a possiblidade de outras marcas com produção local optarem pela Anfavea em detrimento da Abeifa, o executivo comentou não ver tal risco: “A importação e a Abeifa são e continuam sendo a porta de entrada às novas marcas no mercado brasileiro. Esse é o nosso papel no setor automotivo brasileiro”.

Oliveira disse, inclusive, que já houve conversas com dirigentes da Great Wall Motors, fabricante chinesa que comprou a fábrica da Mercedes-Benz em Iracemápolis, interior de São Paulo, e que vai iniciar operações por aqui com veículos importados antes de iniciar produção local.

Com 55.036 unidades comercializadas no acumulado dos primeiros nove meses,, as associadas à Abeifa representam 3,74% do mercado interno brasileiro, de 1.470.039 veículos emplacados.


 

Alzira Rodrigues
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