Assim como no início do ano passado, também não está fácil fazer projeções de vendas, produção e tudo mais que envolve o setor automotivo neste ano. As restrições na oferta por falta de componentes se mantêm, os juros e a inadimplência estão em alta, o PIB deve crescer apenas 0,5% e, para complicar, 2022 é um ano eleitoral e pode ser afetado pela disseminação da variante Ômicron.

Mas como sempre faz todo mês de janeiro, a Anfavea divulgou nesta sexta-feira, 7, as projeções para 2022, que indicam alta em todos os seus indicadores. A estimativa é de crescimento de 8,5% nas vendas internas, que atingiriam 2,3 milhões de veículos, de 9,4% na produção, totalizando 2,46 milhões de unidades, e de 3,6% nas exportações, para  390 mil unidades.

O presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, admite não ter sido fácil fechar a projeção para 2022 – “uma das mais difíceis da nossa história ” -, reconhecendo, inclusive, que eventuais reflexos da variante Ômicron, por exemplo, não foram considerados nos índices divulgados. Também não foi levado em conta o potencial do consumo, visto que as montadoras não estão conseguindo ter normalidade na produção por causa da escassez de semicondutores

“Desde novembro estamos ouvindo todos os envolvidos no setor e na economia, inclusive bancos, para poder apresentar nossas projeções para 2022”, comenta Moraes. “Estamos projetando mais um degrau de recuperação este ano, acreditando, inclusive, que as restrições na oferta por falta de componentes estarão em grau inferior ao de 2021”.

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Dentre os pontos positivos, o presidente da Anfavea cita o agronegócio e a demanda reprimida de 2021, que pode propiciar vendas este ano não concretizadas nos últimos meses. Mas ele admite que o desemprego e a alta dos juros e da inflação preocupa, assim como as projeções de um PIB praticamente estável, com alta de apenas 0,5% caso ocorra. Também reconhece riscos adicionais advindos do processo eleitoral e do necessário equilíbrio fiscal.

Diz, no entanto, que considera factível vender 180 mil veículos a mais em relação a 2020, que foi um ano marcado pela baixa oferta de produtos no mercado. No caso do mercado interno, a projeção da Anfavea é de um índice equivalente a quase o dobro do divulgado pela Fenabrave, a entidade que representa os concessinários, que foi de 4,6%.

Para o mercado de automóveis e comerciais leves, a Anfavea projeta alta de 8,4%, para 2,14 milhões de unidades. A expectativa é de crescimento de 10% no mercado de caminhões, para 157 mil unidades.


Foto: Pixabay

Alzira Rodrigues
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