Ao divulgar balanço do mercado automotivo no primeiro bimestre nesta quinta-feira, 3, a Fenabrave revelou que está pleiteando junto à Receita Federal que a redução do IPI, Imposto sobre Produto Industrializado, seja válida também para os veículos em estoque nas concessionárias, cerca de 83 mil unidades equivalentes a 19 dias de vendas.

O presidente da entidade, José Maurício Andreta Jr., acredita que se as montadoras aproveitarem a redução do IPI para ao menos manterem os preços atuais, o mercado poderá reagir a partir deste mês de março. No bimestre, o número de emplacamentos de automóveis e comerciais leves, da ordem de 236,8 mil unidades, indicou queda de 27,1% sobre o mesmo período de 2020, com indícios claros de desaceleração do movimento nas lojas.

“Acreditamos que com a diminuição do IPI, promovida pelo governo no último dia 25, o mercado de veículos poderá ser favorecido, principalmente no caso das marcas cujas montadoras mantiverem os preços dos produtos inalterados, com base nos valores praticados no início de fevereiro, ou aplicarem a redução da alíquota em suas tabelas”, avalia Andreta Jr., destacando ser este o momento ideal para se comprar um veículo novo.

O Decreto Federal nº 10.979, anunciado pelo Ministério da Economia, promoveu uma redução de 18,5% na alíquota do IPI incidente em veículos. A redução varia conforme a eficiência energética e incide sobre as alíquotas constantes na TIPI – Tabela de Incidência do Imposto sobre produtos industrializados, que diferencia os veículos por cilindrada e peso, entre outras características.

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Com 120,2 mil emplacamentos de automóveis e comerciais leves em fevereiro, o mercado reagiu com relação a janeiro – alta de 3% -, mas no comparativo com o mesmo mês de 2021 houve uma queda de 24%. A Fenabrave até avalia fevereiro como um mês positivo, por ter tido apenas 19 dias úteis, mas reconhece que vários problemas ainda afetam o setor automotivo.

Dentre eles, a entidade cita a falta de peças e componentes para alguns modelos, a queda da renda da população, o aumento dos juros e a maior seletividade no crédito.

A Fenabrave também comentou sobre a crise entre Rússia e Ucrânia, destacando não ser possível, até o momento, mensurar os seus impactos no setor e na economia. Adiantou, contudo, que a entidade fará revisão nas projeções para o ano de 2022 ao final do mês de março, devendo divulgar os possíveis ajustes no início de abril.


Foto: Divulgação/Fenabrave

Alzira Rodrigues
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