Depois que cerca de 200 funcionários ocuparam as instalações da fábrica da Caoa Chery em Jacareí, SP, por quase duas horas na manha desta terça-feira, 24, assembleia dos trabalhadores rejeitou proposta patronal de indenização de 7 a 15 salários, a depender do tempo de casa, para cerca de 480 trabalhadores que serão dispensados.

Na assembleia foi ratificada também a proposta do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região que prevê cinco meses de layoff mais três meses de estabilidadeno emprego. Os trabalhadores também aprovaram proposta do Ministério Público do Trabalho, apresentada em audiência no dia 20,  de 20 salários nominais e extensão por 18 meses de todos os benefícios para quem aderir ao plano de indenização social.

A Caoa Chery decidiu interromper as atividades da planta do Vale do Paraíba, justificando que promoverá adequações na unidade para produzir veículos elétricos. A produção, entretanto, só será retomada a partir de 2025, promete a empresa.

Além de evitarem as demissões, os trabalhadores querem impedir o fechamento definitivo da fábrica inagurada em 2014. O sindicato lembra que, em 10 de maio, a direção da empresa assinou ata de reunião na qual se comprometia com o layoff de cinco meses e mais três meses de estabilidade, mas que dois dias depois teria desistido do compromisso.

O Ministério Público do Trabalho passou a mediar as tratativas desde então e, mesmo após duas audiências de conciliação, segue o impasse. Segundo o MPT, a empresa só teria concordado em priorizar os funcionários que serão demitidos no momento de eventual recontratações.

“A Caoa Chery voltou atrás em todas as propostas que tínhamos construído ao longo deste mês. Por isso, fizemos essa ocupação como uma determinação de luta”, afirma Weller Gonçalves, presidente do sindicato.

 

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Os funcionários da Caoa Chery rejeitaram nesta terça-feira (24) a proposta de indenização para a demissão de cerca de 480 trabalhadores da fábrica em Jacareí (SP). A categoria recusou a oferta de indenização de sete a 15 salários feita pela montadora e pede nova reunião no Ministério Público do Trabalho (MPT).

A empresa anunciou no início do mês a suspensão na produção de veículos na unidade de Jacareí, o que acarretaria na demissão de cerca de 480 trabalhadores. A operação só seria retomada em 2025, com modelos híbridos e elétricos.

Desde então, sindicato e a empresa tentam um acordo. A entidade é contra as demissões e chegou a divulgar que a empresa havia aceitado um layoff, suspendendo o corte até janeiro, mas a Caoa Chery voltou atrás e decidiu manter o corte em massa.

O sindicato acionou o MPT para mediar uma negociação. A proposta do MPT era de extensão de benefícios, como convênio e vale alimentação, e pagamento de 20 salários de indenização. A empresa, no entanto, manteve a posição inicial de sete a 15 salários, a depender do tempo de trabalho, sem benefícios.

MTP propõe acordo para demissão em massa na Caoa Chery; veja a matéria completa no g1
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A proposta foi apresentada aos funcionários em assembleia nesta terça-feira (24). Antes da votação, funcionários quebraram as grades que cercam a empresa e invadiram a fábrica. A PM e a Guarda Civil foram acionadas e estiveram no local.

Na votação, os trabalhadores negaram a medida e pediram nova reunião com o MPT para rediscutir uma nova proposta.

Em nota, a Chery informou que os advogados da empresa estão tomando as medidas cabíveis. Sobre a reprovação da proposta, a empresa não se posicionou.


Foto: Divulgação

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