Ao longo de mais de cem anos a alemã ZF se consolidou como uma maiores empresas fabricantes de componentes e sistemas da indústria automotiva mundial. Na última década, porém, os esforços e desenvolvimento globais visam também sua transformação em fornecedora de ponta no universo da eletrificação e digitalização da mobilidade.

Os resultados — tecnologias, produtos e serviços, melhor dizendo —  têm surgido rapidamente e uma parte deles poderá ser conhecida  no próximo IAA Transportation, em Hanover, Alemanha, no fim de setembro. Ainda que dedicado, naturalmente, a veículos comerciais, o estande da empresa reunirá tecnologias com aplicações também em automóveis de passeio, algumas chegarão até antes mesmo do que nos caminhões e ônibus.

Uma delas é o sistema steer-by-wire para o eixo dianteiro e que tem tudo para decretar, no curto prazo, o fim da igualmente mais que centenária coluna de direção. Com ele, os comandos do motorista são transmitidos ao sistema de direção apenas por meio de sinais elétricos. Foram eliminadas quaisquer ligações mecânicas entre o volante e o eixo dianteiro.

No futuro, antevê a ZF, comandos by-wire terão papel cada vez mais importante em todos os controles de movimento do veículo, seja longitudinal, transversal ou até vertical. “A nova tecnologia steer-by-wire  é uma pré-condição importante para a automação avançada em carros de passeio e que também será aplicada aos veículos comerciais”,  afirmou o CEO mundial Wolf-Henning Scheider.

Nesta terça-feira, 19, o executivo comandou  o encontro anual de tecnologia da ZF. Em entrevista coletiva online, antecipou que os primeiros carros sem conexões mecânicas de direção entrarão em produção comercial já em 2023. Não revelou, contudo, qual montadora será a pioneira.

“Já recebemos muitos pedidos”, limitou-se a dizer Scheider, que, dentre outras vantagens, destaca a redução de peso do veículo e maior liberdade para elaboração do layout do painel do veículos como duas das vantagens do sistema. Em um carro autônomo, por exemplo, quando não utilizado, o volante poderá ser embutido no próprio painel para liberar espaço para o motorista.

Hanover será palco também da estreia mundial da transmissão elétrica CeTrax 2 para veículos comerciais pesados. A produção em série com um fabricante global de veículos começará no ano que vem, revelou a  ZF, que  apresentará ainda a plataforma Scalar de soluções digitais para frotas de veículos comerciais e o controle de chassis automatizado ADOPT (Autonomous Driving Open Platform Technology) nas versões 2.0, para manobras autônomas de até 20 km/h, e  3.0, que permitirá aplicações em rodovias em velocidades de até 80 km/h.

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As novas tecnologias terão espaço nos vários mercados em que a ZF atua, afirmou o CEO. Citou textualmente o Brasil para explicar que, porém, os prazos estão condicionados à demanda e à própria legislação de cada país ou região.

Outro fator que pode atrapalhar o desenvolvimento e adiar a oferta de novas tecnologias, mesmo nos mercados mais avançados, é a crise no fornecimento de semicondutores.

Scheider entende que escassez de chips deve continuar por mais algum tempo, mas não precisou um período. Simultaneamente, calcula que a demanda pelo componente crescerá 13% nos próximos anos, o que exigirá produção ainda maior.


Foto: Divulgação

George Guimarães
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