Com o tema “A contribuição da cadeia automobilística na descarbonização”, a abertura da 29ª edição do Simea 2022 Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva, no Expo Center Norte, em São Paulo, foi marcada pela posição consensual dos executivos participantes quanto à importância dos biocombustíveis na mobilidade brasileira.

Bezaliel Botelho, presidente da AEA, Associação da Engenharia Automotiva, promotora do evento, destacou ser o Brasil um país privilegiado, com uma das matrizes energéticas mais limpas do planeta. Ele citou o etanol, o biodiesel e o biogás, entre outros, garantindo que o híbrido flex ganha notoriedade não só no Brasil como também em outros países sem vocação elétrica.

Na mesma linha discursou o presidente do Sindipeças, Cláudio Sahad. “Entendemos que novas tecnologias vão coexistir no mundo todo e o que vai prevalecer em cada localidade dependerá dos recursos naturais predominantes na região”.

Também o coordenador do Simea, Renato Faria, comentou que o caminho rumo à descarbonização será ajustado de acordo com as peculiaridades de cada região: “O Brasil é um case de sucesso quando o tema é combustíveis alternativos”.

O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, aproveitou o evento para defender a definição de políticas públicas que garantam ao Brasil o protagonismo industrial. “Não podemos perder o time. O mundo não vai migrar direto para o veículo elétrico e nós temos tecnologias fantásticas”, comentou o executivo, também citando o etanol e demais biocombustíveis brasileiros.

Na sua avaliação, o Brasil poderia tornar-se um fabricante de bateria ao invés de importar lítio, por exemplo. Ja a presidente de honra do Simea, Margarete Gandini, coordenadora geral de Fiscalização de Regimes Automotivos, do Ministério da Economia, fez questão de destacar a importância da engenharia automotiva brasileira, lembrando que desde 2012, por ocasião dos debates do InovarAuto, vem acompanhando o setor.

“Já evoluímos em eficiência energética e conseguimos a aprovação do programa de renovação de frota no Congresso Nacional. Ainda há muita coisa para tocar, como a inspeção veicular. E admito que temos muito mais pontos de interrogação do que respostas. Mas é importante lembrar que o governo não faz carro. A política industrial tem de ser definida com os atores. A decisão vai ser de cada um de nós, não só do governo”.

Além da abertura, o primeiro dia do Simea contou com dois painéis. No primeiro, realizado ainda na parte da manhã, Thomas Fabian, diretor da ACEA, falou sobre “As tendências de redução de CO2 na pegada de carbono”, emquanto Marcos Donnini Freire, secretário-adjunto do Ministério do Meio Ambiente, abordou o tema “Visão consolidada da política de redução de carbono no Brasil”. Henry Joseph Junior, diretor técnico da Anfavea, por sua vez, fez palestra sobre “O mercado brasileiro na visão dos fabricantes de equipamento primário”.

Na sequência, já na parte da tarde, o Painel II contou com mais três palestras: “A contribuição do etanol para o futuro da mobilidade”, de autoria de Luciano Rodrigues, diretor da Única; “Do fóssil ao renovável – sinergias para uma transição sustentável”, de Marcelo Gauto, da Petrobras, e “O impacto da redução de CO2 na visão dos sistemistas”, com Gábor Deák, do Sindipeças.

O Simea continua nesta sexta-feira, 19, com debates sobre O Brasil e as Fontes de Energia Alternativas e uma mesa redonda sobre veículos elétricos, a ser mediada pelo editor-chefe do site Use Elétrico, Marcos Rozen, com as participações do piloto de testes Cesar Urnhani (Programa Auto Esporte), Marcus Vinicius Aguiar (Renault e vice-presidente da AEA), Luiz Gustavo Moraes (General Motors), Luiz Carlos Moraes (Mercedes-Benz) e Argel Franceschini (VWCO).


 

Alzira Rodrigues
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