A indústria automotiva totalizou em janeiro produção de 152,7 mil veículos, registrando alta de 5% sobre o mesmo mês do ano passado. O dado positivo, contudo, não foi comemorado pelo presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite. Ele fez questão de ressaltar que esse volume é inferior aos obtidos nos janeiros da pré-pandemia e até mesmo menor do que o de 2021.

“O primeiro mês do ano começou de forma pouco aquecida para o setor automotivo”, enfatiza a entidade em seu comunicado sobre o balanço de produção e vendas de janeiro, que inclui automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus.

Leite lembrou que o início de 2022 foi marcado pelo período agudo da crise dos semicondutores e também o pico da onda de infecções pela variante ômicron, ou seja, a produção na época esteve bem aquém do ideal e, com isso, o comporativo interanual fica distorcido.

Admitiu, no entanto, que as férias coletivas de fim de ano, que pegaram alguns dias de janeiro, podem justificar o tímido crescimento. “Mas o número deste primeiro mês é especialmente baixo se levarmos em conta que antes da pandemia se produzia perto de 200 mil unidades em janeiro”.

Com relação ao mercado interno, que totalizou 142,9 mil emplacamentos no mês passado, com alta de 12,9%, o presidente da Anfavea também cita as limitações de janeiro de 2022. “Não dosse a falta de chips, as vendas na ocasião poderiam ter um adicional de 20 mil unidades, ou seja, estariamos agora falando em estabilidade”.

“O problema do setor automotivo em janeiro foi mais de demanda do que de oferta. O ano começa com o mercado automotivo desaquecido em função das crescentes dificuldades de crédito e do clima de incertezas sobre o desempenho da economia em nível nacional e global”, ponderou Lima Leite.

O executivo fez questão de avaliar como positivas as manifestações feitas na véspera pelo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na posse do presidente do BNDES, Aloisio Mercadante.

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“Participamos do evento e concordamos que os juros estão muitos altos, fator que impede a retomada das vendas. Também importante a manifestação do presidente quanto à necessidade de reindustrialização do País, de uma reforma tributária e de maior proximidade no Mercosul. Mas ainda há pontos a serem considerados inclusive com relação ao cenário global e a crise dos chips, ainda não solucionada de todo. Sou um realista esperançoso”, conclui o presidente da Anfavea.


Foto: Divulgação/VW

Alzira Rodrigues
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