O cobertor anda curto pelos lados da Citroën no Brasil. Mesmo com uma linha de automóveis reduzida a apenas dois modelos nacionais, a marca dá sinais de que precisa bem mais produção em Porto Real — ou, ainda mais, de novos produtos — para galgar um papel de maior relevância no mercado interno.

Com a chegada do Novo C3 no segundo semestre de 2022, o irmão maior C4 Cactus despencou nas vendas, acentuadamente.  Enquanto os negócios com o hatch naturalmente aceleraram nos primeiros meses, os licenciamentos do SUV compacto que já tem cinco anos nas lojas caíram drasticamente.

Se em setembro, primeiro mês do C3 renovado no mercado, o Cactus somou 2,1 mil licenciamentos contra 1,6 mil do hatch, já em outubro o primeiro baque: a marca vendeu somente 1,2 mil unidades do Cactus ante 2,6 mil do agora carro de entrada.

Desde então, o quadro só piorou para o Cactus. No mês passado, foram ínfimos 253 emplacamentos ante 1,5 mil do C3, proporção de cinco para um também registrada em janeiro e em dezembro do ano passado.

A Citroën vendeu quase 18,5 mil Cactus em 2022, somente 5 mil de setembro a dezembro. O primeiro bimestre de 2023 sublinhou essa dificuldade  de vendas do modelo: chegaram às ruas 542 unidades frente a 2,8 mil do C3.

Desde seu lançamento, em 2018, o Cactus atingiu 68 mil licenciamentos no mercado interno, com o recorde anual de 19,5 mil unidades estabelecido em 2021.

Uma atualização estética está prevista para chegar às concessionárias ainda no primeiro semestre, mas que não deve aliviar o tortuoso caminho que o modelo terá nos próximos meses dentro do maior segmento do mercado, com cerca de cinquenta opções nacionais e importadas, e que se tornou constante palco de lançamentos.

A Stellantis encaminha o projeto C-Cubed, que, além do Novo C-3, prevê o lançamento de outros dois veículos da Citroën no Brasil até 2024 — um deles ainda este ano. Com certeza, nessa dupla estará o substituto do atual Cactus, que já cumpriu seu ciclo natural de vida, como comprovam os números.

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Foto: Divulgação

George Guimarães
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