O programa de descontos estabelecido pela MP 1.175/23 ainda não se mostrou eficaz no segmento de veículos pesados. Enquanto os R$ 800 milhões destinados para leves já foram totalmente consumidos, para os pesados as montadoras, até agora, requisitaram R$ 100 milhões, dos R$ 700 milhões disponíveis para caminhões, e R$ 140 milhões, dos R$ 300 milhões, para ônibus.

Segundo o vice-presidente da República e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, em participação na coletiva de imprensa da Anfavea, na sexta-feira, 7, com o objetivo de estimular renovação de frota, o programa exige a entrega do veículo com mais de 20 anos para ser destruído, o que gerou dúvidas e atrasos no processo.

“Acionamos os Denatran para providenciar mais celeridade nas baixas dos veículos velhos junto aos Detrans, como também nova Portaria dispõe de ajustes e regulamentações para o sucateamento”, resumiu o vice-presidente, destacando que para a transação, o interessado não precisa ser necessariamente o proprietário do veículo velho.

Balanço da produção

Sem promover a demanda, portanto, que já vinha tímida em virtude dos aumentos de preços provocados pela mudança de fase do Proconve, o ritmo de produção de pesado segue em declínio.

No segmento de caminhões a queda em junho sobre maio chegou a 16%, de 8,3 mil unidades para pouco mais de 7 mil. Contra o mesmo mês do ano passado, quando 13,3 mil caminhões foram produzidos, o recuo foi 47,5%. Com isso, o primeiro semestre alcançou retração de 34,3%, com 47,1 mil unidades produzidas.

Nas linhas de ônibus, o ritmo de junho em empatou com maio, com uma diferença de apenas duas unidades no patamar de 1,9 mil chassis. Mas acusou expressiva queda de 34,8% em relação a junho de 2022, ocasião na qual a indústria montou quase 3 mil chassis. O segmento chegou ao fim do primeiro semestre em baixa de 28,4%, ao acumular 9,5 mil unidades.

Veículos do Proconve P8 ainda tem pouca representatividade nas vendas

De acordo com dados da Anfavea, os novos produtos adequados ao Proconve P8 ainda custam a chegar ao mercado. No primeiro semestre, apenas 11,9 mil unidades do total de caminhões emplacados foram produzidos em 2023, uma participação de 22,8% nas vendas. Da mesma forma, somente 1,2 mil chassis do volume negociado saíram das linhas este ano, fatia de 11,3%.

“Pelos nossos cálculos, baseados nas mudanças de tecnologia anterior, as participações já deveriam estar em 44% nos caminhões e 23% em ônibus”, observou Gustavo Bonini, vice-presidente da Anfavea, durante apresentação do balanço da primeira metade do ano do setor automotivo.

LEIA MAIS

Programa de incentivo aos pesados só com a destruição do veículo velho  

Mercado de pesados em lenta migração para os veículos Euro 6


Foto: Volvo/Divulgação

Décio Costa
ASSINE NOSSA NEWSLETTER GRATUITA

As melhores e mais recentes notícias da indústria automotiva direto no sua caixa de e-mail.

Não fazemos spam!