O aumento da participação dos chineses na América Latina tem sido avassalador. Em uma década, a fatia dos produtos chineses cresceu de 0,4% para 21,2%, enquanto a dos veículos brasileiros baixou de 22,4% para 19,4%. Ou seja, o país asiático já vende mais nos países da região do que o Brasil.

O estudo foi divulgado nesta terça-feira, 5, pelo presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, que não descartou a invasão chinesa também no mercado brasileiro se não houver mudanças na atual política que isenta de Imposto de Importação os veículos elétricos e híbridos vindos de qualquer lugar.

“Tem de ter um plano de transição. Se não fizer a lição de casa, o que aconteceu na América Latina vai acontecer no Brasil. Ninguém segura esta onda”, comentou o executivo, admitindo haver ameaça de os chineses invadirem nosso mercado, apesar de sermos o oitavo maior produtor de veículos do mundo.

Lima Leite insistiu que a posição da Anfavea é de defesa da produção local com o mesmo nível de competitividade existente em outros países:

“Se não houver previsibilidade e um cronograma para retomar de forma gradativa a cobrança do Imposto de Importação para os eletrificados, não haverá interesse em se investir em modelos do gênero fabricados aqui”.

LEIA MAIS

Alta de 24% na produção de veículos reflete em aumento de estoque

GWM terá 37 centros de distribuição no Brasil

Todos os híbridos da BYD fabricados no Brasil serão flex a etanol

Na sua avaliação, o fato de o Brasil ter o etanol e investir em tecnologia flex local não é fator decisivo para a invasão dos chineses na região.

“Eles têm ganhado mercado no mundo todo, incluindo Europa”, comentou, destacando que os fabricantes europeus também perdem participação na América Latina por causa do avanço dos chineses.

Sem citar as chinesas BYD e GWM que têm batido recordes consecutivos de venda de eletrificados por aqui, o presidente da Anfavea disse ter clareza de que o Brasil virou foco dos fabricantes do país asitático.

“A gente não quer impor barreiras, mas não pode haver estímulos que reduzam ainda mais a nossa competitividade”.


Foto: Divulgação/Anfavea

Alzira Rodrigues
ASSINE NOSSA NEWSLETTER GRATUITA

As melhores e mais recentes notícias da indústria automotiva direto no sua caixa de e-mail.

Não fazemos spam!