Por Alzira Rodrigues

O ano chega ao seu final com números bem mais favoráveis ao setor de autopeças do que os esperados pelo Sindipeças no início do ano. Ante estimativa inicial de crescimento de 6%, o faturamento terá alta de 22% no ano, ficando próximo de R$ 76,9 bilhões. As vendas para as montadoras devem expandir-se em 33,5%, enquanto o mercado de reposição terá acréscimo de 5,7% e as transações intrassetoriais de 21,5%. As exportações, por sua vez, vão crescer 12,8%, num total de US$ 7,4 bilhões, em índice superior ao da alta de 8,4% das importações, estimadas em US$ 12,8 bilhões. A ociosidade em um ano baixou de 48% para 32%.

Ao antecipar os números previstos para este ano e divulgar as projeções para 2018 na terça-feira, 13, o presidente do Sindipeças, Dan Ioschpe, mostrou-se confiante na continuidade do crescimento do setor no País, o que refletirá em maior volume de investimentos no ano que vem. A projeção para 2018 é a de uma receita de R$ 82,6 bilhões, 7,4% maior do que a deste ano, e o aporte programado em novos produtos e novos processos industriais é de R$ 2,52 bilhões, 35% a mais do que em 2016 (R$ 1,87 bilhão).

Ioschpe mostra-se confiante na inserção do Brasil no contexto automotivo mundial e acredita que o Rota 2030, mesmo que atrase ou saia em partes, como aconteceu com a resolução 717 do Contran sobre cronograma de obrigatoriedade de itens de segurança veicular, trará novas perspectivas ao setor.

“Como somos um mercado menor do que o chinês, norte-americano ou europeu, sempre teremos um tempo maior para absorver novas tecnologias. Mas podemos melhorar o tempo de absorção e ganharemos competitividade com a introdução da indústria 4.0 em nossa cadeia de fornecedores”. O executivo acredita que com o Rota 2030 a cadeia de fornecedores investirá mais em Pesquisa&Desenvolvimento: “No Inovar-Auto só as montadoras tiveram incentivos para investir em P&D. No Rota 2030, pelo que foi conversado ao longo do ano, a situação será diferente”.

O setor de autopeças, segundo Ioschpe, viveu sua pior crise entre 2013 e 2016, o que gerou dificuldades para os fornecedores. Mas avalia que a indústria de autopeças, considerando os problemas enfrentados no período, que gerou ociosidade acima de 50% no primeiro semestre do ano passado, está se saindo muito bem neste momento. “A retomada este ano acabou sendo mais rápida do que se esperava e os fornecedores estão respondendo adequadamente ao aumento da demanda. É um dado certamente positivo”.

Balança – Com relação à balança comercial, que ficará negativa em US$ 5,4 bilhões este ano, o Sindipeças estima montante ainda maior em 2018, de US$ 7,61 bilhões, por causa de aumento das importações em índice superior ao das exportações. A projeção é de alta de 6,5% nas vendas externas, com valor próximo a US$ 7,88 bilhões em 2018, e de 15,49% nas importações, que chegariam a US$ 12,81 bilhões.

Essa estimativa, segundo Ioschpe, provavelmente reflete o maior números de lançamentos de automóveis no próximo ano. “Sempre que chega um veículo novo o índice de peças importados é maior. Depois a nacionalização vai crescendo, mas esse é um processo que demanda um tempo”.

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Foto: Divulgação/Sindipeças

 

 

 

Alzira Rodrigues
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