Por Redação | autoindustria@autoindustria.com.br

A Mercedes-Benz do Brasil decidiu entrar na Justiça do Trabalho contra a greve dos metalúrgicos em  sua fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, que completou sete dias úteis na terça-feira, 22. A decisão, segundo nota da empresa, foi tomada devido “à continuidade do movimento e a impossibilidade de uma solução negociada”.

Na mesma nota, a montadora informa ter sido surpreendida com a deflagração de greve antes de haver qualquer impasse na negociação. Garante ainda que se manteve disposta a negociar mesmo durante o período de greve e que tentou um acordo com o sindicato profissional. Não revelou, contudo, detalhes sobre a proposta que apresentou aos trabalhadores e nem quantos veículos já deixou de produzir por causa da greve.

Na avaliação do diretor-executivo do sindicato e trabalhador na Mercedes-Benz, Moisés Selerges, a decisão da fábrica de entrar na justiça representa um retrocesso em relação ao processo de negociação que sempre ocorreu entre a empresa e a entidade sindical.

“Foi precipitada. Na história dos trabalhadores na Mercedes, os impasses sempre foram resolvidos numa mesa de negociações. Vamos continuar tentando reestabelecer um diálogo com a direção. Dialogar é sempre a saída mais inteligente”, disse o sindicalista.

Está prevista para quarta-feira, 23, nova assembleia em frente à empresa, às 7h30. De acordo com o sindicato, os 8 mil metalúrgicos na planta da Mercedes-Benz têm mantido a fábrica parada durante todos os dias do movimento deflagrado há mais de uma semana.

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Eles reivindicam a assinatura de um acordo coletivo (data-base em maio) que garanta reajuste incorporado aos salários, mudança no cálculo da PLR, Participação nos Lucros e Resultados, e manutenção das cláusulas sociais previstas no acordo anterior.

A Mercedes-Benz, em contrapartida, propôs reposição salarial pelo INPC mais um abono não incorporado aos vencimentos, segundo informações do sindicato. Os trabalhadores insistem em ter aumento real como forma de compensar perdas no período de crise do mercado automotivo, quando houve achatamento salarial.

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Foto: Divulgação/SMABC/Edu Guimarães

Alzira Rodrigues
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