Por Alzira Rodrigues | alzira@autoindustria.com.br

Com a chegada do Yaris no mercado brasileiro, a Toyota almeja ultrapassar 200 mil unidades este ano, tanto em produção como em vendas internas. “Será nosso recorde histórico no Brasil”, destacou o presidente da Toyota Brasil e Venezuela, Rafael Chang, informando que só do novo modelo serão fabricados mensalmente perto 5,8 mil unidades, incluindo as versões hatch e sedã.

No evento de lançamento do modelo realizado em São Paulo na noite de quinta-feira, 7, Chang comentou sobre os desafios deste ano no Brasil, citando em particular as eleições presidenciais e a volatilidade do câmbio. Disse que a Toyota está otimista, mas ao mesmo tempo se mantém conservadora, e defendeu o programa Rota 2030, fundamental, na sua opinião, para dar previsibilidade ao setor: “Haverá avanços em eficiência energética e segurança veicular. O Rota 2030 trará benefícios para o Brasil”.

Chang: mais produção em Sorocaba a partir de novembro.

O executivo não quis atrelar a decisão de novos investimentos à divulgação da nova política industrial automotiva, mas deixou claro ser importante ter regras para definir projetos de médio e longo prazos.

Ele admitiu, por exemplo, que a Toyota está ciente quanto à necessidade de investir em modelos SUVs para competir no segmento que mais cresce no mercado brasileiro.

“Sabemos que temos de entrar”, disse. Mas nada adiantou com relação aos planos de produzir localmente um modelo do gênero. Destacou, no entanto, o bom desempenho do SUV importado pela marca, o RAV-4, que totalizou vendas de 1,3 mil unidades no primeiro quadrimestre deste ano, contra apenas quinhentas no mesmo período de 2017.

Chang também reconheceu que para ter um crescimento mais consistente no futuro a empresa terá de avaliar investimentos em aumento de capacidade. “O terceiro turno em Sorocaba (SP) não é só para o mercado interno. Também exportamos o Etios e vamos exportar o Yaris. Para crescer mais no País precisamos ter mais capacidade.”

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A marca cresce menos que a média do mercado este ano — 6,7% de alta até maio, com 76,7 mil emplacamentos, contra os 15,3% do segmento de automóveis e comercias leves —, justamente por falta de capacidade produtiva. “Não temos como aumentar a oferta, por isso encerraremos o ano com crescimento na faixa de 5%”, comenta Chang.

Em 2017 a Toyota vendeu quase 190 mil unidades e só a partir de novembro, quando implantará o terceiro turno na fábrica de Sorocaba, onde são produzidos o Etios e o Yaris, e na de motores de Porto Feliz (SP), é que terá condições de ampliar sua produção.

A ideia é fabricar 160 mil veículos ao ano em Sorocaba, ante os 108 mil atuais, dos quais 27% têm como destino  mercados externos.

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A montadora investiu R$ 1 bilhão no desenvolvimento do Yaris, que chega para preencher a lacuna entre Etios e Corolla na sua oferta local. O modelo visa o chamado segmento B premium, formado por modelos com preço acima de R$ 60 mil (a versão mais barata do Yaris custa R$ 59,6 mil) e potência acima de 100 cv.

Segundo Miguel Fonseca, vice-presidente executivo da Toyota Brasil, as vendas nesse segmento no qual o Yaris competirá registraram crescimento de 47%  no primeiro quadrimestre deste ano.

O CEO da Toyota para a América Latina e Caribe e chairman da empresa no Brasil, Steve St. Angelo, destacou o design inovador e os atributos de segurança e conforto do Yaris, “dignos de produtos de categoria superior”, ao falar da importância da nova linha para as operações da marca na região.

“Caminhamos firmes na realização do sonho de tornar o Brasil um grande centro exportador”, afirmou.


Fotos: Divulgação/Toyota

 

Alzira Rodrigues
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