A fábrica da Mitsubishi está localizada em Catalão (GO) há exatos vinte anos, mas mais adequado seria se fosse em algum lugar da muito próxima vizinha Minas Gerais. Isso porque não há no mercado interno montadora ou marca mais tão discreta como os mineiros.

Assim como eles, faz tudo sem grande alarde e, independente do vaivém do mercado, segue firme no seu propósito de ter legião de fiéis consumidores identificados com o perfil da marca, que, embora tenha produtos convencionais e esportivos, exaltam mesmo o estilo off road.

Em Catalão são fabricados os utilitários esportivos ASX, Pajero Dakar, a picape L200 e o sedã Lancer. Desde 1998 até 2017, o complexo industrial conhecido como Projeto Anhanguera produziu 465 mil veículos, segundo levantamento da Anfavea.

Mais de 90% das vendas estão centradas nos utilitários esportivos nacionais e importados e nos comerciais leves. De janeiro a agosto, foram emplacados 14,8 mil veículos da marca, que garantiram a 12ª colocação no ranking de automóveis e comerciais leves, à frente até mesmo de marca generalistas e de produtos mais baratos, como a Citroën, que somou 12,7 mil unidades no mesmo período.

Duas das três versões têm tração 4×4

A participação média da Mitsubishi é de 0,9 %, mas só com a picape L200 supera os 3% nos comerciais leves, quase o dobro do 1,8% obtido pela Nissan, que conta com a novíssima Frontier. No ano passado, a picape respondeu por 9,9 mil emplacamentos, 45% do total de quase 21,9 mil veículos que a montadora vendeu no Brasil.

O segundo produto mais negociado é o modelo “de entrada”, o ASX, que já está em seu quinto ano de produção no interior de Goiás. Nos primeiros oito meses do ano, o utilitário esportivo registrou 3,8 mil unidades das mais de 14,8 mil negociadas pela marca.

A montadora, que oficialmente adotou o nome HPE e que produz ainda o Suzuki Jimny desde 2015 também Catalão, acaba de colocar nas concessionárias a linha 2019 do SUV com discretas alterações no estilo, como na grade dianteira, pára-choques dianteiro e traseiro, nas luzes DRL em led e na tampa do porta-malas, que agora tem acabamento cromado.

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O motor segue sendo o 2.0 flex de 170 cavalos, acoplado à transmissão CVT. A tração é 4×4 — acionada por por botão — em duas das três versões oferecidas com preços entre R$ 105 mil e R$ 131 mil. Todas são equipadas com controles de tração, estabilidade, auxílio de partida em rampa e sensor de pressão dos pneus.

Dentro do veículo, destaque para a central multimídia com interação com os sistemas Carplay e Android Auto. As versões AWD têm ainda sensor de chuva, acendimento automático dos faróis, partida e desligamento em botão, chave com sensor de aproximação e espelho retrovisor externo com rebatimento automático e nove airbags. Opcionalmente, há teto panorâmico e faróis de xênon.

Apesar das poucas mundanças no ASX e dos inúmeros e recentes lançamentos no segmento, a Mitsubishi espera ao menos manter o bom desempenho — para suas pretensões  — que o modelo vem obtendo desde que  começou a ser produzido em Catalão em 2013.

O ASX  tem a honrosa 16ª posição entre mais de quarenta utilitários esportivos vendidos no Brasil no acumulado até agosto. Atrás deles e com quase a metade das vendas estão produtos afamados como Peugeot 3008 e  Audi Q3, respectivamente no 24º e 25º lugar. Nada mal para quem o segredo do negócio tem sido o (quase) silêncio.


Fotos: Divulgação/Mitsubishi

George Guimarães
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