“Oque eu vejo no setor hoje é uma aposta no Brasil”. O comentário é do presidente da Anfavea, Antonio Megale, ao destacar que o mercado brasileiro é um dos poucos no mundo atualmente que apresenta crescimento de dois dígitos e que a região vem contribuindo favoralmente nos resultados mundiais das montadoras.

Em entrevista coletiva que concedeu nesta quarta-feira, 6, para divulgar os resultados do setor, Megale foi questionado sobre os atuais problemas da General Motors que, alegando prejuízos, chegou a ameaçar recentemente com sua saída do País.

Como é de praxe na Anfavea, ele disse que não poderia comentar sobre um empresa específica, pois cada uma tem a sua direção. Acabou, no entanto, falando do atual momento da indústria automotiva brasileira, que após a forte crise vivida até 2016, passa por um processo consistente de recuperação.

“Foi um período difícil, com queda nas vendas e na rentabilidade de todas as empreas, incluindo montadoras, fornecedores e concessionários. Agora, no entanto, registramos crescimento de dois dígitos e vemos potencial para o País continuar crescendo”.

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Na avaliação do presidente da Anfavea, o Brasil deverá retomar mercado de 4 milhões de veículos antes da metade da próxima década. As vendas internas cresceram 14,6% ano ano passado, atingindo 2,56 milhões de veículos, e a estimativa da Anfavea é de nova alta, de 11,4%, para este ano, o que representaria 2,86 milhões de emplacamentos. A produção, pelos cálculos da entidade, deverá crescer 9%, para algo próximo de 3,14 milhões de veículos.

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Crédito de ICMS – Antonio Megale também comentou na entrevista coletiva sobre o crédito de ICMS que as montadoras têm direito e estão com dificuldades de recuperar em alguns estados, incluindo São Paulo. A General Motors, por exemplo, está negociando essa devolução com o governo paulista.

“Na média, em São Paulo, as montadoras pagam 14% de ICMS sobre as autopeças e isso gera crédito quando o veículo é exportado. É um dinheiro da empresa, não do governo”, explicou o presidente da Anfavea, informando que a estimativa é de que só o governo de São Paulo tem retido entre R$ 6 bilhões e R$ 7 bilhões de créditos devidos às montadoras.

Segundo Megale, foi feita uma proposta ao governo no final do ano passado de esse dinheiro ser liberado para compra de ferramentais. “Seria uma forma de fazer ressurgir a ferramentaria no Brasil. As montadoras seriam beneficiadas com a devolução e o governo ganharia com a cobrança de ICMS na venda dos ferramentais”.


Foto: Divulgação/Anfavea

 

 

Alzira Rodrigues
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