Após encerrar 2018 com crescimento de 14,6% nas vendas internas e de 6,7% na produção, a indústria automobilística brasileira projeta novas altas para este ano de, respectivamente, 11,4% e 9%. Se confirmadas as metas divulgadas pela Anfavea na terça-feira, 8, o mercado interno totalizará 2,86 milhões, contra as 2,56 milhões do ano passado, e a produção chegará a 3,14 milhões veículos, ante os 2,88 milhõe s de 2018.

A produção crescerá menos que o mercado interno por causa das exportações, que tendem a continuar em queda. Segundo o presidente da Anfevea, Antonio Megale, as vendas externas devem cair 6,2%, de 629 mil veículos para 590 mil. No ano passado a redução foi de 17,9%.

Dentre os fatores favoráveís à continuidade do crescimento do mercado interno, Megale destaca o crescimento do PIB este ano, que deverá ficar na faixa de 2,5% a 3%, a inflação controlada na casa dos 4% e os juros em patamar próximo a 6%. O dólar, na avaliação da Anfavea, deve se situar entre R$ 3,70 e R$ 3,90.

“Estamos apostando no início da retomada das obras de infraestrutura, em uma grande safra e na abertura gradual do mercado. Por isso apostamos em uma produção acima de 3 milhões de veículos agora em 2019”, comentou Megale.

Dos 2,88 milhões de veículos produzidos no ano passado, 2.746.654 foram de automóveis e comerciais leves, segmento que cresceu 5,5% em unidades fabricadas. Já a produção de caminhões teve alta de 27,1%, para 105.534 unidades, e a de ônibus saltou 38,2%, para 28.536 unidades.

Também o balanço do mercado interno mostra índices maiores de expansão para os veículos pesados. As vendas de automóveis e comerciais leves ampliaram-se em 13,8%, totalizando 2.475.365 veículos, enquanto as de caminhões cresceram 46,3%, para 75.987 unidades, e as de ônibus chegaram a 15.081 unidades, alta de 28,3%.

A projeção para 2019 é de alta de 11,3% nas vendas de leves e de 15,3% na de pesados. A produção, pelos cálculos da Afavea, crescerá, respectivamente, 8,9% e 11,9%.

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O nível de emprego na indústria automobilística teve desempenho positivo em 2018 – 130,5 mil empregados em dezembro contra 128,3 mil no mesmo mês de 2017 – mas houve queda no número de vagas a partir de setembro, quando o quadro total de funcionários chegou a 132,5 mil.

Na avaliação de Megale, parte desse decréscimo é explicada pela saída natural de funcionários, como por exemplo os que se aposentam. Mas admite que a maior automação no setor rumo à indústria 4.0 também gera menor necessidade de mão de obra. A tendência assim, é a de haver admissões este ano para acompanhar a alta da produção, mas em índice proporcionalmente menor.


Foto: Divulgação/Renault

Alzira Rodrigues
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