Com operação próxima do limite de sua capacidade em dois turnos, a Nissan chegou a estudar a implantação do 3º turno na fábrica de Resende, RJ, este ano, mas decidiu postergar decisão nesse sentido para 2020 por causa da crise na Argentina, que desacelerou a importação de alguns modelos para lá.

“Com os dois turnos atuais, estamos operando com 95% de nossa capacidade”, informa Marco Silva, presidente da Nissan do Brasil. “Chegamos a fazer um estudo visando implantar um terceiro turno, mas desistimos por causa da retração do mercado argentino”.

A Nissan emplacou 97,7 mil veículos no Brasil no ano passado, com crescimento de 23,7% sobre o ano anterior, índice acima da média do mercado, que foi de 14,6%. Sua participação passou de 3,6% para 3,9.5%. O presidente da montadora está otimista com relação ao mercado brasileiro: “Não é euforia. Mas acreditamos que tem tudo para o País deslanchar”.

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Já com relação à Argentina, as perspectivas não são de crescimento. Em janeiro a Nissan do Brasil não enviou veículos para o país vizinho a fim de equalizar estoque. Agora vai retomar os embarques, mas não nos níveis de antes. O único modelo que não teve vendas afetadas para lá — a empresa também exporta o March e o Versa — foi o Kicks.

“O nosso SUV, que começou a ser vendido no mercado argentino há menos de um ano, está fazendo grande sucesso lá e já conquistou 10% das vendas no seu segmento”, revela Silva.

Por conta do Kicks, que desde o fim de 2018 passou a ser exportado também para o Paraguai, e do aumento das vendas do March e Versa no Chile e Peru, dentre outros países da região, a Nissan prevê ampliar suas exportações em 15% este ano. Isso, no entanto, não será suficiente para justificar o terceiro turno.

O presidente da Nissan, que nesta quarta-feira, 13, participou de evento promovido pela empresa em São Paulo para mostrar os investimento da marca em eletrificação dos seus veículos, também comentou sobre os planos de maior integração entre Brasil, Argentina e México.

Segundo ele, os investimentos em novos produtos a partir de agora podem contemplar produtos que venham a ser exportados para o México, de onde atualmente a subsdiária brasileira só traz o Sentra. Ele disse ser a favor da abertura do mercado brasileiro, mas avalia que o processo tem de ser gradual.

“Nossa fábrica de Resende é altamente competititiva. Mas temos de ver o País como um todo, com a questão da nossa carga tributária, e a própria competitividade da nossa base fornecedora. Por isso defende uma abertura gradual”.


Foto: Divulgação/Nissan

Alzira Rodrigues
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