Algo impensável há apenas um ano — ou bem pouco provável — se tornou realidade após o fechamento dos números de vendas de automóveis em julho. A novata Chery, turbinada pela força do marketing do Grupo CAOA e seguidos lançamentos nos últimos meses, ultrapassou a Peugeot no ranking de automóveis no mercado interno.

A marca chinesa é agora a 12ª mais negociada no Brasil, com 10.316 emplacamentos registrados nos primeiros sete meses de 2019, exatos 56 a mais do que a francesa, cuja  fábrica aqui  já tem 18 anos.

Essa pequena diferença a favor da Chery, entretanto, representa uma drástica mudança do cenário de um ano atrás. No mesmo período de 2018, a montadora agora mais concentrada nos utilitários esportivos contabilizava 3 mil emplacamentos, enquanto a Peugeot já acumulara quase 12,7 mil.

Ou seja: em doze meses, a primeira mais que triplicou suas vendas e a Peugeot viu os negócios recuarem cerca de 20% em um mercado que avançou acima de 11% na média.

Há cerca de três meses a Peugeot reforçou sua linha com a atualização do 2008, modelo responsável por quase a metade das vendas da marca e que já tem mais de 4,7 mil emplacamentos no ano, à frente do compacto 208, que soma 3,7 mil unidades vendidas de janeiro a julho.

Ainda assim, o SUV não tem correspondido às expectativas da presidente da Peugeot, Ana Theresa Borsari, reveladas quando da apresentação  das mudanças estéticas e de conteúdo.  A empresa esperava  alavancar as vendas em até um terço, mas no bimestre junho-julho foram licenciadas 1,4 mil unidades do 2008, pouco menos até do que obteve com o antigo 2008 em igual período de 2018.

A esperança é que a chegada da versão com motor turbo às concessionárias agora dê o fôlego de vendas que ainda falta ao 2008  e, assim, permita à Peugeot retomar a posição perdida para a Chery. Mais ainda: cumprir o objetivo traçado por Ana Theresa para o ano de também avançar 30% sobre os 23,6 mil veículos que vendeu no País nem 2018.

Comerciais leves —  Se em automóveis a Peugeot perdeu uma posição para Chery, quando a análise envolve também comerciais leves o quadro é outro, já que a marca chinesa não dispõe de produtos no segmento. Já a Peugeot coloca no seu balanço mais 2,5 mil emplacamentos no acumulado de janeiro a julho e, com 12,7 mil veículos emplacados no total,  tem somente 150 a menos do que a Mitsubishi, 12ª marca mais negociada no País.

Ambas, porém, com discretíssimo 0,8% de participação no mercado brasileiro.


Foto: Divulgação

George Guimarães
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