O mercado de caminhões vivencia uma transformação de comportamento em relação à escolha do veículo para as operações de transporte. De acordo com o que foi apresentado em painel no Workshop Planejamento Automotivo 2020, organizado pela Automotive Business, na segunda-feira, 12, em São Paulo, o transportador tem migrado de categorias, optando por caminhões com mais capacidades de carga.

Antônio Cammarozano, diretor de vendas da Volkswagen Caminhões e Ônibus, participante do painel Os novos desafios no mercado de caminhões no Brasil, enxerga uma nítida mudança na hora de se abastecer para suas operações.

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“Estimulado por diversos fatores, como custo total de propriedade, lei do motorista, valor de revenda, o transportador optado pelos pesados. Em vez de um modelo para 45 toneladas, 4×2, ele opta por um 6×2, para 53 toneladas. Na outra ponta, em substituição a caminhão de 8 ou 10 toneladas, ele leva um de 13.”

Cammarozano aponta que o movimento não é único a explicar alta de mercado, mas conta parte do crescimento observado no mercado de pesados, “categoria que também é renovada com mais regularidade”. Baseado nos números da Anfavea, no acumulado do ano até julho, as vendas foram 44% maiores em relação ao mesmo período de 2018, para 55,5 mil unidades, enquanto somente a categoria de pesados cresceu 67% no ano, com mais de 28,5 mil veículos.

O agronegócio, certamente, diz muito a respeito das vendas de pesado, e o bom momento, com estimativa de mais um recorde na próxima safra, contribui ainda mais para que a categoria continue a impulsionar as vendas. Carlos Briganti, presidente da consultoria Power Systems Research no Brasil, enxerga a tendência, mas lembra que as estimativas e os resultados recentes do PIB brasileiro descortinam outro cenário. “A recuperação da economia ainda não gerou consumo como se previa anteriormente, o que torna a recuperação de outras categorias de caminhões mais lenta.”

Os executivos esperam continuidade do crescimento do mercado de caminhões, mas em ritmo mais brando. Enquanto Briganti aposta em alta de 7% a 8% nas vendas domésticas, Cammarozano prefere não dimensionar o tamanho da alta, se limitando a prever somente como um “mercado otimista”.


Foto: Scania/Divulgação

Décio Costa
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