O crescimento de 8,7% nas vendas de automóveis e comerciais leves no acumulado deste ano, com 1,93 milhão de emplacamentos em nove meses, reflete basicamente o bom desempenho das vendas diretas, uma vez que o varejo registra evolução de apenas 2,9% no período.

De acordo com dados divulgados nesta quarta-feira, 2, pela Fenabrave, o varejo respondeu por 54,7% dos emplacamentos totais dos primeiros oito meses do ano, com 1.059.613 unidades, ante as 1.029732 do mesmo período de 2018, quando tinha participação de 57,9%.

Já as vendas diretas saltaram 16,8%, de 749,6 mil para 875,4 mil. Do total das vendas diretas, 69,7% – ou 610,1 mil unidades – foram feitas diretamente pelas montadoras junto a pessoas jurídicas, ou seja, o concessionário não tem participação nenhuma no negócio. “No caso das pessoas jurídicas, o crescimento do volume de transações chega a 22,9%”, informa o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior.

Outros 30,3% das vendas diretas – o equivalente a 265,3 mil unidades – são as direcionadas a pessoas físicas, incluindo o público PcD, pessoas com deficiência, taxistas e produtores rurais. Nesse caso, a venda é intermediada pelos concessionários, com garantia de alguma margem no negócio.

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A participação das vendas diretas nas transações do setor automotivo, que era de 42,1% no acumulado dos primeiros oito meses de 2018, vem crescendo significativamente nos últimos anos. Considerando o bolo total do mercado no mesmo período deste ano, o varejo tem quase 55%, as vendas diretas para pessoas jurídicas respondem por 31% e as vendas diretas para pessoas físicas ficam com pouco mais de 14%.

O presidente da Fenabrave diz que o setor não é contra as vendas diretas, mas defende isonomia, alegando que o  consumidor final sai prejudicado nesse contexto todo. O empresário, inclusive, está defendendo projeto de lei em tramitação na Câmara dos Deputados que regulamentas as vendas diretas.

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Com relação ao balanço geral das vendas de automóveis e comerciais leves em setembro, houve queda de 3,2% em relação ao agosto, que teve um dia útil a mais – 223,4 mil e 230,7 mil emplacamentos, respectivamente. A Fenabrave reviu para cima a meta de crescimento do mercado de caminhões, mas manteve a dos veículos leves em 8%, prevendo vendas totais no ano de 2,66 milhões de automóveis e comerciais leves.


Foto: Divulgação/Abla

 

Alzira Rodrigues
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