A operação da Iveco na América Latina atravessa um momento positivo não somente em vendas, mas também nos domínios por trás das portas da companhia. A fabricante deve encerrar o exercício de 2021 na região como o melhor desde 2018, com mais de 20 mil veículos entregues.

Apenas o mercado brasileiro deverá absorver mais que a metade. Isso porque, conforme dados da Anfavea, de janeiro a novembro as vendas totais da marca somaram 10,8 mil unidades, em alta de 43% relação ao ano passado. Por segmento, a Iveco anotou no período crescimento de 70% nas entregas de caminhões – bem acima da média do mercado de 46% – e de 4,7% nas de comerciais leves com a linha Daily.

Fosse só a demanda aquecida na cena, a Iveco já tinha motivo de sobra para otimismo. A empresa, no entanto, colocou em movimento plano para se manter profícua. De acordo com Márcio Querichelli, presidente da Iveco para América Latina, a fabricante ambiciona produzir no complexo industrial de Sete Lagoas (MG) produto cada vez mais brasileiros. “Estamos em busca de localizar tudo que é possível para depender menos de importação de componentes.”

O executivo conta que tem uma meta para cada segmento de produto. De maneira geral, porém, o atual índice médio de 65% de nacionalização deverá saltar para acima de 70% nos próximos anos.

Um exemplo já bem-sucedido se apresentará na nova Daily City, próximo lançamento da marca, em abril. Além das tecnologias de tratamento de emissão para cumprir com as determinações da nova fase L7 da legislação do Pronconve, o comercial leve chegará com eixo fornecido pela Dana. “Localização é dos pilares da companhia e fundamental para a sobrevivência da empresa”, resume Querichelli.

Segundo o dirigente da Iveco, em um momento de transição de legislação, quando habitualmente o índice de nacionalização do produto cai, a empresa persegue objetivo de localizar mais. “Os desafios na cadeia logística global e com eles os aumentos de custos apontam que a solução para se manter competitivo está na cadeia de suprimentos local.”

Querichelli lembra ainda que para não correr o risco de uma ruptura drástica na passagem para próxima fase da legislação ambiental, a montadora iniciou planejamento há mais de um ano e meio em conversas com fornecedores. “Temos uma programação bem-definida, o que não significa que não teremos surpresas. Mas a chance de dar errado é bem pequena. Os fornecedores já receberam nossos inputs.”

Às vésperas de permanecer à frente da operação regional do Iveco Group, empresa dedicada aos veículos comerciais rodoviários que nascerá da separação da CNH Industrial no começo do ano que vem com a estreia em Bolsa, Querichelli já respira ares mais favoráveis. “Com o spin-off a Iveco se torna independente, mais ágil para tomar decisões tendo como prioridade o cliente.”

Os novos ventos que sopram na Iveco prenunciam fase motivada. Querichelli ainda guarda segredo de valores e objetivos, mas garante: “temos um anúncio de investimento para fazer na região entre janeiro e fevereiro de 2022”.

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Foto: Gaspar Nóbrega/Iveco/Divulgação

Décio Costa
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