Com o objetivo de debater oportunidades e exemplos de inovação na cadeia automotiva, o Sindipeças promoveu nesta segunda-feira, 24, o 4º Encontro da Indústria de Autopeças, realizado no mezanino do São Paulo Expo, na capital paulista, onde acontece mais uma Automec, a mais importante feira de autopeças da América Latina, a partir desta terça-feira, 25.

Dentre os convidados, o secretário-geral da Clepa, entidade que representa os fabricantes de autopeças na Europa, Benjamin Krieger, falou sobre eletrificação, deixando claro que o tema ainda enfrenta desafios na Europa, onde apenas dois países – Alemanha e Holanda – têm hoje infra-estrutura ideal para circulação sem problemas de veículos 100% elétricos. O presidente do Sindipeças, Claudio Sahad, mediou o debate que se seguiu à palestra magna do evento.

O painel sobre a experiência das montadoras em inovação, que teve intermediação de Gábor Deák, diretor de Tecnologia da entidade promotora do evento, teve participação de Juliano Almeida, vice-presidente de compras e supply chain da Stellantis na América do Sul, e de Henrique Mendes de Araújo, diretor de relações internacionais e governamentais da Volkwagen do Brasil.

Na ocasião, Almeida lembrou que a Stellantis tem mais de 2 mil engenheiros, técnicos e designers ligados à inovação e informou que a empresa registra hoje o maior índice de nacionalização do setor no País. Sobre as oportunidades de localização, destacou a transmissão automática, que tem tido procura crescente por parte do consumidor brasileiro mas até hoje é integralmente importada.

“A demanda anual está atuamente em torno de 400 mil transmissões do gênero e seriam necessárias pelo menos 600 mil para justificar investimentos em localização. Seu custo ainda é muito elevado, por isso é necessário um volume mínimo”, explicou o executivo, lembrando que até mesmo as montadoras já conversaram para tentar criar novos produtos que utilizem transmissões similares para justificar a produção local.

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Almeida informou ainda que a Stellantis possui produção de câmbio automático nos Estados Unidos, Europa e Ásia. Uma saída seria trazer parte dos componente desses lugares para montagem aqui no Brasil. Isso reduziria os custos com logística, visto que é elevado o preço do frete para importação das transmissões completas.

O diretor da Volkswagen, por sua vez, lembrou que 35% dos investimentos totais no Brasil em P&D têm origem no setor automotivo. Ele aproveitou o 4º Encontro da Indústria de Autopeças para mostrar as evoluções da montadora no âmbio da indústria 4.0, lembrando que o tempo de produção de um carro foi reduzido em 25% nos últimos anos, fruto da alta da automação nas fábricas de 50% para 70%.


 

Alzira Rodrigues
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