Sem entrar em maiores detalhes sobre o que está sendo efetivamente conversado, o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, admitiu que tem se encontrado com o presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Jr., para discutir políticas de maior competitividade para o setor.

“Estive com ele na semana passada e estamos trabalhando em questões regulatórias para tornar o setor mais ágil, visando uma simplificação no sistema de distribuição entre montadoras e redes. Avaliamos como as concessionárias podem ter participação mais efetiva no processo”, informou Lima Leite, enfatizando que não há qualquer intenção de se pedir novos benefícios fiscais ao governo.

A Fenabrave revelou em julho a realização de um estudo que apresentará ao governo em breve para garantir crescimento do mercado automotivo brasileiro. Sua assessoria de imprensa, consultada nesta segunda-feira, 7, informou que maiores detalhes só mesmo quando o estudo for concluído e devidamente encaminhado às autoridades competentes.

Sobre o assunto, o presidente da Anfavea deixou claro não haver intenção por parte de nenhuma das entidades de reivindicar bônus ou incentivos fiscais como os estabelecidos na MP 1.175, que garantiu por mais de um mês descontos entre R$ 2 mil e R$ 8 mil para veículos leves com preço de atá R$ 120 mil.

“Desta vez a agenda é outra, nada tem a ver com subsídios”, informou o executivo. “Tanto a Anfavea como a Fenabrave trabalham com políticas que visam aumentar a competitividade do setor e é nesse sentido que estamos conversando atualmente”.

A partir da MP 1.175, o mercado automotivo de veículos leves registrou em julho o melhor mês desde dezembro de 2020, com mais de 215 mil emplacamentos. O sucesso do programa foi definido por Andreta Jr. como “inquestionável”. Ele ponderou, contudo, serem necessárias novas medidas para garantir a continuidade do aquecimento das vendas no varejo.

As ações no processo local de distribuição de veículos são limitadas pela chamada Lei Renato Ferrari, que impede vendas diretas entre montadoras e o consumidor comum. Elas só são possíveis a partir de uma convenção de marca, que define modelos e períodos pra tal abertura.

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A chinesa GWM chegou ao Brasil com a proposta de ter apenas vendas diretas, garantindo que para isso firmou a necessária convenção de marca com a Associação Brasileira do Concessionários Great Wall.

Com isso, a marca leva vantagem em preço com relação aos concorrentes aqui instalados, visto que a margem da revenda, nas vendas diretas, é menor do que a praticada junto ao consumidor pessoa física.


Foto: Divulgação/Anfavea

 

Alzira Rodrigues
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