A Bosch faturou R$ 9,8 bilhões no ano-fiscal de 2023 na América Latina, valor que inclui exportações e vendas das empresas coligadas. Maior mercado da região, o Brasil respondeu por R$ 7,9 bilhões — 79% do total apurado —, com 23% gerados a partir de exportações para os mercados vizinhos, mas também para a América do Norte e Europa.

A receita é cerca de 5% inferior à apurada no ano anterior. Ainda assim, Gastón Diaz Perez, CEO e presidente da Robert Bosch América Latina, comemora:

“Nos últimos três anos, alcançamos um forte desempenho de vendas em todos os negócios, inclusive superando nossas expectativas, como no caso de soluções para mobilidade, ferramentas elétricas, tecnologia industrial e serviços”.

Gaston Diaz Perez

Perez: bons resultados nos últimos três anos.

Ainda que de forma cautelosa, Gastón vê perspectivas positivas em 2024 para a operação que representou algo próximo de 2% do faturamento mundial do grupo, consolidado em € 91,6 bilhões, 3,8% a mais do que no ano-fiscal anterior, com margem EBIT de 5,3%, 1 ponto porcentual maior.

“Em 2023, alcançamos nossas metas financeiras e fortalecemos nossa posição no mercado em várias áreas, desde semicondutores até sistemas integrados de construção”,  também comemora Stefan Hartung, CEO da Robert Bosch GmbH, que ainda assim diz perseguir pelo menos 7% de EBIT até 2026.

A Bosch vê o ambiente econômico global adverso, mas pretende estar entre os três principais fornecedores em seus mercados-chave em todas as regiões do mundo. “Estamos buscando inovações, parcerias e aquisições para garantir que vamos crescer à medida que nossos negócios se transformam “, diz Hartung.

Para a mobilidade, principal negócio do grupo, estão sendo adotados movimentos estratégicos em várias frentes. Como na eletrificação. Somente este ano a empresa pretende apresentar 30 projetos de produção para veículos elétricos. Na área do hidrogênio, a Bosch reafirma suas expectativas comerciais de atingir receita de € 5 bilhões até 2030.

Já na operação latino-americana, a empresa destaca projeto para exportar para a Índia seu sistema flex de combustível, desenvolvido   no Brasil há mais de duas décadas. A ideia é promover o etanol como fonte renovável de energia e ajudar na descarbonização do país mais populoso do mundo.

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Inicialmente, a Bosch espera fornecimento para 50 mil a 70 mil veículos por ano na Índia, mas projeta evolução a partir da adoção de novas políticas públicas de descarbonização do governo indiano.

Suécia e Tailândia são outros países que possuem projetos relacionados aos motores flex a partir da tecnologia brasileira e, estima a Bosch, algo como 30 países no mundo já utilizam o etanol misturado ao combustível em diferentes proporções.

Os resultados na América Latina, também destaca a empresa, foram impulsionados em parte por produtos e serviços voltados para o agronegócio — sobretudo de países como Brasil e Argentina. A região representa cerca de 20% do mercado global do segmento.


Foto: Divulgação

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