Por Redação

O sistema financeiro liberou mais de R$ 101,1 bilhões para compra de veículos no ano passado, o que representou alta de 22,9% em relação aos R$ 80,2 bilhões de 2016. É o primeiro crescimento desde 2014, quando foram liberados R$ 111,2 bilhões. Os dados foram divulgados pela Anef, Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras, com a ressalva de que o valor obtido em 2017 comprova que os bancos de montadoras e instituições independentes possuem liquidez para atender a demanda do consumidor e oferecer crédito.

“O resultado anual superou a nossa expectativa, que era de liberar R$ 90,6 bilhões”, comenta o presidente da Anef, Luiz Montenegro. “Depois de três anos de recessão, as vendas financiadas voltaram a crescer. Isso é reflexo da redução da taxa básica de juros e de outros indicadores econômicos, que garantem maior previsibilidade ao consumidor”.

E as expectativas, segundo Montenegro, são positivas para 2018: “Nossa estimativa é de que o volume de recursos liberados cresça 15,1%, passando de R$ 101,1 bilhões para R$ 116,4 bilhões. Já o saldo de financiamento deverá ser de R$ 185,1 bilhões, aumento de 8,6%. Em 2017, o montante foi de R$ 170,5 bilhões”.

Contribuíram para elevar a procura pelo crédito a melhoria do cenário econômico, que levou o brasileiro a investir na aquisição de bens de maior valor agregado e também a redução da taxa média de juros.

Os juros praticadas pelos bancos de montadoras, segundo a Anef, foram de 18,85% ao ano e de 1,45% ao mês – as menores desde dezembro de 2014. Já os índices cobrados pelas instituições independentes atingiram 22,2% ao ano e 1,68% ao mês – mais baixos do que os cobrados há três anos, que foram, pela ordem, de 22,3% e 1,69%.

“Com a redução das taxas de juros e maior estabilidade econômica, o consumidor se sentiu mais confiante e foi às compras. Havia uma demanda muito reprimida pelo crédito. O brasileiro é muito consciente e só fecha um negócio quando tem certeza de que terá condições de quitá-lo”, avalia Montenegro.

Modalidades – No ano passado, o CDC, Crédito Direto ao Consumidor, respondeu por 48% dos negócios fechados. Na sequência, vem o pagamento à vista, com 45% de participação, seguido pelo consórcio (5%) e pelo leasing (2%).

No segmento dos veículos pesados, o Finame foi responsável por 61% dos contratos, seguido pelo CDC (20%), compras à vista (10%), consórcio (6%) e leasing (2%).

A retomada da procura pelo crédito, de acordo com a Anef, reflete também no aumento do saldo das carteiras. Em 2017 o total foi R$ 170,5 bilhões, alta de 4,8% na comparação com o ano anterior, que foi de R$ 162,7 bilhões. A inadimplência no segmento de veículos tem se mantido estável, na faixa de 3,8%.


 

Alzira Rodrigues
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