O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC anunciou nesta quinta-feira, 21, que a direção mundial da Ford, em Dearborn, Michigan (EUA), confirmou que receberá os dirigentes da entidade  para discutir o futuro da fábrica do Taboão em São Bernardo do Campo, SP.

Segundo a entidade sindical, a data do encontro está sendo acertada entre os participantes e deverá ser definida nos próximos dias. O pedido de reunião, ainda de acordo com comunicado do sindicato, foi encaminho à matriz já na terça-feira, 19, logo após os trabalhadores serem surpreendidos com o anúncio da direção da montadora sobre o fechamento da planta do ABC paulista.

O sindicato não foi convidado a participar da reunião realizada na manhã desta quinta-feira, 21, no Palácio dos Bandeirantes, quando a Ford reafirmou sua decisão sobre o fim das operações produtivas no ABC.

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Mas o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana, conseguiu marcar uma reunião, também nesta quinta-feira, com a procuradora do Ministério Público do Trabalho, Sophia Villela de Moraes e Silva, em São Bernardo, para discutir a situação dos trabalhadores.

“Desde que fomos surpreendidos pela decisão de fechamento, todos os nossos esforços têm sido realizados focando a reversão desse processo e a manutenção da fábrica, com seus mais de 4,2 mil trabalhadores, incluindo os terceirizados, e mais quase 25 mil na cadeia produtiva”.

Santana lembra que já tinha conversado com o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando, e agora a entidade vai discutir a crise da empresa com a direção mundial.

“Teríamos conversado com o governador na manhã desta quinta-feira se ele tivesse convidado a representação dos trabalhadores para participar, já que a pauta envolvia o futuro de milhares de metalúrgicos. Não vamos desistir de manter uma empresa com essa importância em nossa região”, destacou o sindicalista.

Com o encerramento das atividades da fábrica de São Bernardo, a Ford deixa de produzir caminhões na América Latina, assim como também não fabricará mais o Fiesta.

Santana lembra que o encontro da terça-feira, 19, com o presidente da Ford América do Sul, Lyle Watters, quando foram surpreendidos com a notícia do fechamento, estava agendado desde o fim de janeiro, quando foi iniciado um processo de mobilização dos trabalhadores para cobrar investimentos na unidade.

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“Nossa direção foi ao encontro para discutir um calendário de negociações para a vinda de novos produtos, conforme estava previsto no acordo firmado em 2017. Mas a empresa simplesmente comunicou o fechamento, que seria em seguida anunciado para imprensa. Deixamos a reunião para fazer de urgência uma assembleia com os trabalhadores, para que eles não fossem avisados pela internet, o que seria um absurdo. Tem gente lá com 25, 28 anos de casa”, destaca o presidente do sindicato.

Na assembleia, os trabalhadores foram orientados a voltar para casa e só retornar à fábrica na próxima-terça feira, 26, quando haverá uma nova assembleia, em frente à empresa, às 6h30. “Não tinha clima para ninguém voltar ao trabalho, até por uma questão de segurança. Estamos fazendo nossas articulações e avaliando de que forma se dará nossa mobilização e nossa resistência. Mas ela haverá e será dura”, frisou o sindicalista.


 

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