A fábrica da Ford de Camaçari (BA) já produziu mais de 1,2 milhão de unidades do EcoSport, utilitário esportivo lançado em 2003. Perto de 500 mil apenas da segunda geração, apresentada em 2012 e que também é produzida em outros países.

Este segundo marco histórico, porém, acontece em momento de declínio de vendas do SUV, protagonista do segmento por mais de uma década, até 2015, quando outras montadoras resolveram pisar firme no pedal dos lançamentos desses modelos, que hoje representam mais de 25% do mercado brasileiro de automóveis.

De janeiro a agosto deste ano, segundo a Fenabrave, o EcoSport acumulou perto de 21 mil unidades licenciadas. É apenas o sexto SUV mais vendido, com discretos 5,6% de participação no segmento e muito atrás dos ponteiros.

O líder Jeep Renegade registrou 44 mil emplacamentos, 11,7% dos mais de 374 mil SUVs vendidos no período. Com o médio Compass na segundo posição e 39 mil unidades vendidas, a marca Jeep é a líder destacada do segmento  com 22% de penetração.

O mais próximo concorrente à frente do EcoSport é o Honda HR-V, mas, ainda assim, com boa margem de folga, já que somou 31,6 mil emplacamentos de janeiro a agosto, equivalentes a 8,4% de participação.

É um quadro muito diferente de cinco anos atrás. O EcoSport encerrou 2014 na liderança com 54,2 mil unidades negociadas e fatia de participação de 18,5%, o triplo da atual.

Naquele momento, seu principal concorrente era o Renault Duster, que fechou o ano com 48,8 mil licenciamentos e 16,6% de penetração, seguido de longe pelo Hyundai Tucson, com 18,2 mil unidades vendidas.

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Mas desde 2014, apesar das variações do mercado, adequação de mix e das melhorias técnicas e de conteúdo que incorporou, o EcoSport só viu sua participação encolher.

Dos 18,5% de 2014, passou para 11% em 2015 — quando deixou o topo das vendas para figurar na quarta posição apenas —, depois para 9,3% em 2016, 7,5% em 2017 e finalmente 2018 com 5,8%.

O desempenho de 2019 do chama ainda mais a atenção porque, enquanto o EcoSport vendeu 1 mil unidades a menos do que nos oito primeiros meses do ano passado, queda da ordem de 5%, as vendas de SUVs cresceram 15%.

É certo que o SUV tem arcado com um fardo que não é só seu. A notícia do fechamento da fábrica da montadora em São Bernardo do Campo (SP), aliada à linha de produtos reduzida após o encerramento da produção do Fiesta nacional e o fim de importação de alguns modelos, tem impactado negativamente os negócios da marca no Brasil, cujos licenciamentos totais caíram 4,7% de janeiro a agosto, período em que o mercado interno evoluiu 9%.


Foto: Divulgação/Ford

George Guimarães
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